quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Aula 1

: sites.google.com/.../proposta-pedagogica-em-ead

Profissâo Mestre

2009
Precisando se atualizar, professor?
Profissão Mestre



www.profissaomestre.com.br

Uma das maiores dificuldades vividas pelos professores se refere à falta de oportunidades para obter informações a respeito da profissão que exerce. O intercâmbio que ocorre em boa parte das escolas é insuficiente para que se saiba o que ocorre entre as paredes de uma única instituição, imagine então em relação ao que ocorre em outras.

Cabe a cada escola incentivar uma comunicação mais freqüente entre os professores e integrar as ações de profissionais que trabalham com diferentes disciplinas e níveis de aprendizagem (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio). É ferramenta importantíssima essa integração e troca de informações, para a efetivação de uma educação adequada, inclusive, aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Espera-se que as escolas consigam articular projetos, unindo diferentes áreas do conhecimento e integrando seus estudantes ao mundo que os cerca, de forma a conceder-lhes condições para melhor lidar com as condições que os esperam como cidadãos e profissionais.

Se os professores não estiverem bem preparados, a repercussão de seus trabalhos pode reverter negativamente para seus pupilos.

Para aumentar suas possibilidades, além daquilo que podem obter com a troca de informações dentro do próprio ambiente escolar onde trabalham, os professores devem ler livros específicos de suas áreas de formação ou relacionados à pedagogia, informar-se através de jornais e revistas, assistir filmes na televisão e no cinema e navegar pela internet a procura de artigos, materiais de apoio, dicas e orientações para o exercício de sua profissão.

Em termos de internet, um dos sites voltados para a informação do professor é Profissão Mestre (www.profissaomestre.com.br). Trata-se de um site que disponibiliza artigos voltados especificamente para os profissionais da educação, onde há orientações para questões relacionadas às estratégias de aula, disciplina dos alunos, dicas quanto ao uso de tecnologia, motivação para o trabalho e outras temáticas que povoam o dia a dia escolar.

De visual simples e descomplicado, o que a princípio pode afastar os visitantes que anseiam por grandes efeitos visuais, o site Profissão Mestre tem na parte alta de sua homepage os canais de acesso a seu material (letras em preto, com fundo verde), onde encontramos as sessões Em Foco, O Novo Professor, Novas Tecnologias e Sala de Aula.

Cada uma delas trabalha uma área específica de interesse, sendo que, a sessão Em Foco dá destaque as questões de maior interesse no presente momento, podendo abordar temas que pertençam aos outros segmentos do site.

No Em Foco, são apresentadas matérias como:
- Professor nota dez – que lista as qualidades fundamentais para que um professor seja bem sucedido em seu trabalho.
- 7 dicas para dar aulas melhores.
- Definindo metas – onde o professor fica sabendo que para seu trabalho dar certo é necessário estabelecer prioridades.
- Maneiras de aumentar a participação de seus alunos nas aulas.
- Educando para a realidade.
- O que eles procuram – que fala sobre as características procuradas pelas empresas para o profissional do futuro.

No setor Novo Professor, há artigos que orientam os professores quanto a caminhos que ele pode seguir para melhorar seu rendimento no trabalho, sentir-se melhor nas aulas, adaptar-se aos novos tempos e prosperar na profissão. Entre os títulos destacados, selecionei os seguintes para que se tenha uma idéia do conteúdo desse link:-
- Quatro fatores para o sucesso.
- Só aprende quem faz.
- Adapte-se (aos novos tempos, as mudanças da educação).
- Construa sua competência e trajetória pessoal.
- Tarefa de Casa – que orienta na organização do trabalho escolar que deve ser desenvolvido em casa.

Ao entrar no setor destinado as Novas Tecnologias, encontram-se novas matérias, dessa vez voltadas para o uso de equipamentos que tem invadido a sala de aula e as conversas de nossos alunos, principalmente, o computador e sua principal aliada, a Internet. São artigos como:-
- Internet para viagem – que explora a onda da internet, através dos telefones celulares.
- Novas Mídias – em que se comenta sobre os novos equipamentos a disposição, que integram funções (computador, DVD, telefone, rádio,...).
- Regras para o ensino a distância (dentro das novas tecnologias).
- Literatura à distância – que fala sobre o uso do computador para um curso a distância sobre literatura destinado aos professores.

No último setor disponível, chamado de Sala de Aula, temos material voltado para metodologia de aula, relação aluno-professor, projetos,...
Veja alguns dos artigos:-
- Ganhe mais tempo (para administrar melhor o seu cotidiano).
- Dicas para se tornar um professor mais criativo.
- Jogo de memória (estratégia de aula).
- Sexo, drogas e Rock and Roll. E outros assuntos difíceis para se tratar em sala de aula.
- Registro de projetos.

Professores, vale conferir as dicas do Profissão Mestre. Com elas suas aulas podem ficar ainda melhores.

Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=139


Postado por Robson Freire às 11:04 PM 3 comentários
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29/05/2009
O que as escolas e prisões têm em comum?
Tradução Robson Freire

Desde o fundador da Associação Americana da Educação e autor de Smart Kids, Dumb Escolas: 38 Maneiras de Salvar America's Future, Brian Crosby chegou a esta pergunta ...

"O edifício é monótono, tem todas as portas à sua volta, com sinos tocando o tempo todo?" Assim começa a primeira de 38 maneiras de melhorar, reestruturar, alterar a fundo e de tratar da educação.

Aqui está uma comparação que ele faz no livro.



Tenho a sorte que eu fui à escola e que tenha trabalhado em escolas que não partilham todas estas características. Tomados em conjunto, ele faz uma comparação interessante e deverá criar cerca questão interessante e diálogo. O ponto é que as escolas não são as prisões, mas as comparações forçadas como este são uma excelente forma de desenvolver novas e criativas idéias.

Fonte: http://educationinnovation.typepad.com/my_weblog/2008/08/what-do-schools-and-prisons-have-in-common.html
Postado por Robson Freire às 10:17 AM 4 comentários
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28/05/2009
Crônica: Professores (e Professauros...)




por Nilton Carlos da Silva Brasil



Mais um ano vai se iniciar... E aproveitando essa oportunidade, vamos voltar a um tema bem “Pré-Histórico....... O que este título vem a sugerir? Qual a relação existente entre o professor e o simpático dinossauro?




Os dinossauros são espécies extremamente simpáticas, principalmente para as crianças. Os meninos os adoram. Dinossauros eram criaturas de outros tempos, de diferentes alturas e comprimento. Fazendo uma comparação dos dinossauros com os professores, chegamos a conclusão que ainda existem professores de outros tempos pelas nossas salas de aula. Pior ainda é ver que muito deles estão se preparando para serem este tipo de professor. Mas voltando ao assunto, existem uns grandes, outros pequenos, que se identificam pela dificuldade de incorporar os novos tempos, não querem mudar pois olham a criança de hoje com os mesmos olhos da criança de antigamente.

Segundo o professor Celso Antunes, existem algumas diferenças bem acentuadas entre o professor e o professauro. O início do ano letivo é uma oportunidade ímpar de aprender a crescer, um momento mágico de revisão crítica e decisões corajosas; para os professauros, o angustiante retorno a uma rotina odiosa, o eterno repetir amanhã tudo quanto de certo e de errado se fez ontem.


A acolhida aos alunos, para os professores, significa a alegria de percebê-los e são efetivos protagonistas das aulas que ministrarão. A certeza de não os ensinarem, mas de poder contribuir de forma decisiva para iluminar suas inteligências e afiar suas competências. Para os professauros, nada mais que chatíssimos clientes transformados em espectadores pensarão sempre mais na disciplina que na aprendizagem, mais na vagabundice que no crescimento interior (ANTUNES, Celso, 14, Professores e Professauros, Editora Vozes, 2007).

Assim, infelizmente, para todos nós, esta espécie de professor está cada vez mais raro. Os Professores rudes, que não se especializam, os professores autoritários e muitas vezes Ditadores da pior espécie, também fazem parte das nossas vidas. Os professauros, assim como os dinossauros, sempre nos causam pânico: com seus terríveis trabalhos, suas terríveis provas e seu terrível autoritarismo. Estes professores gostam de mostrar para seus alunos que não são apenas "UM" professor, mas sim "O" professor. São dotados de frases de efeito bem ao tipo "Sou eu quem ensina. Você está aqui apenas para aprender".

Numa infindável pesquisa, citaremos nas próximas linhas, alguns exemplos de professauros, que agora sim, felizmente, estão em extinção, apesar de ainda teimarem em andar pelos corredores das escolas. Assim, para ser humorístico como também explicativo, vamos citar aqui alguns exemplos de professauros, veja se você reconhece alguns deles:

O "TIRANOSSAURO REX" – Uma criatura de porte bem avantajado e corpulento. É o professor que acaba com tudo o que encontra pela frente. Vai chegando devagar e como quem não quer nada quando, de repente, ZAP!! Destrói tudo a sua frente (da sala de aula até a equipe pedagógica inteira). Animal de vida longa – esse tipo de professauro, com toda a sua “longevidade e experiência”, se torna um alvo difícil de ser abatido.

O "PREDATON II" - Outro carnívoro e destruidor comparável ao Tiranossauro. De tendência predatória e individualista, é o maior exemplo de profissional que não precisamos nas escolas e universidades. Este tipo de professauro chega na sala, aplica sua aula, vai para casa e cumpre sua tarefa com precisão cirúrgica. Porém, é aconselhável que se evite assuntos como "espírito de equipe" e "companheirismo" pois a tendência dessa criatura é não se importar com nada. “UM VERDADEIRO DITADOR”. A princípio, ninguém tem nada com ele. Tem fama de rigoroso por cumprir o básico de forma bem séria, com total cumprimento de prazo e metas. Só que fica o alerta: Rigor é uma coisa que, às vezes, é muito bem vindo. Agora falta de interesse é outra, e bem prejudicial.
O "PTEROSSAURO" - Esse tipo de professauro possui a característica de ser dotado de asas. Assustador e que pode "voar" grandes distâncias. É o que hoje chamaríamos de "exibidão". Sempre espalhando seus feitos (não importa se verdadeiros) para atrair novas presas e conquistar a simpatia dos alunos (O FALSO DITADOR, OU O DITADOR FALSO). Uma de suas características é a simpatia. Desse modo, consegue disfarçar muito bem o fato que de exibe muito e faz pouco.

O "CINODONTE" – Esse até que seria um excelente profissional se a sua especialização não fosse seu apurado instinto de sobrevivência. Esse professauro é daqueles que faz tudo para sobreviver no local onde ele ensina, ou seja, arranja mil e um planos para sobreviver no emprego em vez de desenvolver sua própria competência e vocação. Esse professauro se especializa na arte de "puxar o tapete" e sabotar os outros (BEM PROPÍCIO EM NOSSA REALIDADE). Algo bem triste, visto que essa energia desperdiçada na elaboração de seus "planos infalíveis" poderia ser bem aproveitada em melhorias para o seu meio de Ensino.

---x---

OBS:
Eu poderia continuar citando ainda outros modelos em estado de extinção. Mas uma coisa é certa: Que nós, os alunos, e futuros professores, devemos saber é que eles estão entrando em extinção. Serão poucos desses professores que irão existir se nós, os estudantes, sempre mantivermos nossas cabeças pensantes e abertas às diversas formas de aprendizagem. E que devemos acabar com essa velha frase formada: "O professor finge que ensina e o aluno finge que aprende".

E um PS para você professor que pode eventualmente estar lendo este texto: Se você se identificou com alguns dos tipos citados acima ou apresentar alguns dos sintomas descritos: Mude enquanto há tempo. Pois, já dizia Darwin: “O que sobrevive não é o maior nem o mais forte, mas os que conseguem melhor se adaptar ao meio”.


Fonte: Ser universitário



Autor: Nilton Carlos da Silva Brasil

(professor de História, Pedagogo e Psicopedagogo) - UNIFEOB
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Professores e professauros.
29,novembro 2007





Nesta obra Celso Antunes, ao mesmo tempo em que satiriza, faz uma crítica ao conservadorismo, que impede uma educação com grandeza. Ele oferece sugestões para a atuação de professores em sala de aula para uma aprendizagem consciente. Antunes quer destacar com o livro, que, professauros podem se transformar em professores e escolas sem rumo e sem sentido podem se transformar em instituições de qualidade. Não deixem de ler este livro. É muito interessante e vai ajudá-lo a refletir sobre o tipo de professor que você está disposto a ser.

Segue abaixo alguns comportamentos típicos do professores e dos professauros.

Quando o ano letivo se inicia:

Para o professor, é uma oportunidade de aprender e crescer, um momento mágico de revisão crítica e decisões corajosas.

Para o professauro, é o angustiante retorno á uma rotina odiosa, o eterno repetir amanhã, tudo quanto de certo e errado se fez ontem.

Quanto ao acolhimento dos alunos:

Para os professores, a alegria de percebê-los cada vez mais sábios e curiosos. A certeza de que não os ensinarão e sim contribuirão de uma forma decisiva para iluminar suas inteligências e afiar suas competências.

Para professauros, nada mais do que ter que encarar chatíssimos clientes, que transformados em espectadores pensarão sempre mais na disciplina que na aprendizagem, na vagabundice que no crescimento interior.

Quanto as aulas que irão ministrar:

Para os professores, um momento especial para propor novas situações de aprendizagens pesquisadas e por meio delas provocar reflexões, despertar argumentações, estimular competências e habilidades.

Para os professauros, nada além da repetitividade de informações que estão nos livros e apostilas, e a solicitação de esforços agudos da memória para acolher o que se transmite, ainda que sem qualquer significação e poder de contextualização ao mundo em que se vive.

Quanto aos saberes que se trabalhará:

Para os professores:
Um volume de informações que necessitará ser transformadas em conhecimento, uma série de veículos para que com eles se aprenda apensar, criar, imaginar e viver.

Para os professauros:
Trechos cansativos de programas estáticos que precisam ser ditos, ainda que não se saiba por que fazê-lo.

Quanto á vida que se vive e os sonhos que se acalanta:

Para os professores:
Desafios a superar, esperanças a aguardar, conhecimento para cada vez mais aprender, a fim de fazer da arte de amar o segredo do viver.

Para os professauros:
A rotina de se trabalhar por imposição, casar por obrigação, fazer filhos por tradição. Empanturrar-se para se aposentar o quanto antes

Fonte: http://anaeluciana.wordpress.com/2007/11/29/professores-e-professauros/

Postado por Robson Freire às 2:48 AM 0 comentários
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26/05/2009
O professor do futuro próximo
Texto de José Manuel Moran

Como será o professor do futuro?

Vejo o professor do futuro como alguém que poderá estar vinculado a uma instituição predominantemente, mas não exclusivamente. Participará de inúmeros momentos de cursos em outras organizações, de orientação de pesquisas em diferentes lugares e níveis. Desde qualquer lugar poderá conectar-se com seus alunos, vê-los e falar com eles. Haverá programas que facilitem a gestão de grupos grandes e de grupos menores a distância. As conexões serão com fio e sem fio. Poderá entrar em contato com seus alunos durante uma viagem de avião, na praia ou de outro país.

O professor será multitarefa, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a empresas, treinamento e capacitações on-line, alternando esses momentos com aulas, orientações de grupos, desenvolvimento de pesquisas com colegas de outras instituições. A ciência será cada vez mais compartilhada e desterritorializada. Os pesquisadores não precisarão morar perto, o importante é que saibam trabalhar juntos virtualmente, que saibam cooperar a distância, que tenham espírito cooperativo mais do que competitivo. Em determinadas áreas do conhecimento, como em exatas ou biológicas, nas quais os projetos dependem de experimentação física e laboratorial, haverá maior necessidade de contato, de trocar mais informações estando juntos do que em outras áreas, como em humanas, nas quais a flexibilidade espaço-temporal será maior.

O professor está começando a aprender a trabalhar em situações muito diferentes: com poucos e muitos alunos, com mais ou menos encontros presenciais, com um processo personalizado (professor autor-gestor) ou mais despersonalizado (separação entre o autor e o gestor de aprendizagem). Quanto mais situações diferentes experimentar, estará mais bem preparado para vivenciar diferentes papéis, metodologias, projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de experimentação.

Quanto menor for a criança mais tempo permanecerá junto às outras fisicamente para aprender a conviver, a interagir, a viver em grupo. O acesso virtual pelas crianças será complementar. À medida que a criança for crescendo, porém, aumentará também o grau de virtualização audiovisual da aprendizagem. Na fase adulta, o predomínio do audiovisual virtual será muito mais forte. Não deixaremos nosso trabalho para estudar ou para ensinar, a não ser em momentos iniciais para conhecer-nos e nos finais para avaliar o processo. Os Congressos terão forte componente de comunicação virtual. Mas nada impede que as pessoas viajem fisicamente até o local para conhecer lugares, pessoas, conviver. Em muitos casos a participação será on-line, a distância, conectados audiovisualmente.

Fonte: E-Proinfo e http://midiasnaeducacao-joanirse.blogspot.com/2009/02/o-professor-do-futuro-proximo.html


Postado por Robson Freire às 12:43 PM 1 comentários
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24/05/2009
Alguns usos pedagógicos da internet
As invenções do homem, grandes ou pequenas, sempre nascem de um desejo ou de uma necessidade. Não é diferente com a informática e tudo que gira em torno dela.
Santos-Dumont inventou o avião porque acreditava que se as pessoas pudessem viajar e conhecer outras culturas com mais facilidade, veriam que não somos tão diferentes assim e não haveria mais guerras.

A internet foi inventada por um comodismo, para facilitar a transferência de arquivos entre dois pontos. Curiosamente, é exatamente esta característica que as grandes corporações lutam para combater.

A web não tem um berço nobre como o avião mas teve uma boa criação e tem um bom coração. É esta quebra de fronteiras, tão sonhada por Santos-Dumont, que torna a web este local tão atraente para muitos.

Imagine there’s no countries
It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
John Lennon
Imagine (trecho).

A web retira automaticamente o pré judice, onde a cor da pele, a marca da roupa, a localização geográfica e às vezes até mesmo o idioma não importam mais. Isso faz da web o ambiente mais humano que nós já conseguimos criar.

Não é a tecnologia, é este aspecto humano que tanto fascina os seus alunos.

Qualquer ferramenta online tem relacionamento como pedra fundamental. O email serve para uma comunicação pessoal. Os sites, mesmo os de empresa, expõem opiniões e sonhos da mesma forma que as meninas de nosso tempo faziam em diários. Os blogs se diferenciam justamente pela possibilidade de interação com o visitante. As ferramentas de relacionamento, como o Orkut ou o Twitter se colocam, obviamente, como um instrumental relevante.

Não há possibilidade de compreensão da web e seus ambientes sem colocar o ser humano no centro. A web é antropocêntrica por natureza.

A web é rica e heterogênea, portanto. Nada é feito por humanos sem ser um reflexo de nós mesmos. Nossas criações são imagem e semelhança de nós mesmos.

É comum ouvirmos “na web encontra-se de tudo”. Sim, na humanidade também.

O ser humano constrói máquinas incríveis e depois precisa domá-las. Não sei se alguém aqui já tentou, mas dirigir um trator é dificílimo e tem poucos controles a mais que um carro comum. É natural que quanto mais variáveis, mais difícil é o aprendizado da tecnologia/máquina.

Vocês passaram a vida estudando as suas matérias. São especialistas e professores de áreas muito mais complexas do que a internet. As ferramentas online são mais fáceis e intuitivas do que coisas estranhas como oração subordinada ou física quântica.

Nós somos mais inteligentes do que a máquina.

Acredito que todos os leitores, mesmo que não usem muito, tenham um endereço de email. Email é fácil de usar, é como uma carta, nossa velha conhecida, mas e quando o recurso começa a gastar mais neurônios do que estamos dispostos a ceder?

O erro, na maioria das vezes, é do desenvolvedor. As ferramentas deveriam ser simples e fáceis de usar.

As ferramentas que começam a se mostrar muito complexas são fadadas a sobreviver apenas dentro de um seleto grupo de nerds/geeks e não se tornará popular. Até mesmo aquelas que são “fenômenos” (de acordo com a imprensa, pelo menos) de audiência seguem esta simples regra. O fiasco que se tornou o Second Life ou a WebTV são bons exemplos disso; ou ainda o domínio do Google onde antes reinavam Yahoo, Altavista e Cadê?; ou, por último, a simplicidade do i-pod.

O simples sempre vence.

Então, se o seu aluno fala sobre algo muito complexo, difícil de usar, inacessível, não se preocupe: a moda passará rapidamente ou não se tornará consolidada até que melhore sua interface. O inverso também é verdadeiro: se o seu aluno falar sobre algo com uma interface simples, a poucos cliques de distância, pode ter a certeza de que mesmo que você não entenda a utilidade ou a função da ferramenta, esta vai ser bem sucedida.

Existem, naturalmente, ferramentas óbvias como VOIP (voice over ip, ex: Skype) que fazem exatamente aquilo que você imagina.

O seu aluno é capaz de aprender coisas estranhas como equação de segundo grau. Algo como o Twitter é mais simples para ele do que abrir a geladeira.

Assim como qualquer coisa online, a chave é como nós nos relacionamos com a ferramenta e seus usuários. Qual botão apertar qualquer um aprende. Entender o signo e o significado é sempre mais complexo, não importa se na web ou não.

Talvez o melhor norte que se possa fornecer neste assunto seja a quebra do pré judice. Na web não apenas o pré julgamento (roupa, aparência, cor, etc) se quebra mas também rui a relação de poder: você e seu aluno estão no mesmo nível hierárquico e ele espera ser tratado como igual.

Você precisa falar a linguagem dele. Dois ótimos exemplos disso são o blog Física na veia e o portal Lablogatórios que unem o conteúdo com uma linguagem (tanto em termos de ambiente e interface quanto no que diz respeito à linguagem escrita) a que o aluno/jovem está acostumado, tratando-o com respeito e de igual para igual.

No que diz respeito à tecnologia, hoje temos uma entidade sem fins lucrativos chamada w3C (World Wide Web Consortium), que orienta como construir sites e aplicativos de forma acessível por todos. A acessibilidade hoje é uma das maiores preocupações dos desenvolvedores. Uma das grandes mudanças foi a separação da informação do conteúdo.

A informação ou o conteúdo não existem mais localizados, centralizados. Nós somos múltiplos e estamos em muitos lugares.

O que muda, essencialmente, é o tom. Não apenas uma questão de linguagem, onde a escrita é tratada como oral, mas também (e principalmente) a quebra absoluta da relação de poder. O leitor não é mais apenas um receptor e o discurso pode ser complementado a qualquer momento, por qualquer um.

O modelo da Wikipedia, por exemplo, pode ser usado com milhares de outros fins, inclusive o pedagógico. Um professor pode, por exemplo, criar um site no modelo Wiki sobre a sua matéria e com isso montar de uma forma muito dinâmica e participativa um modelo inovador de gestão de conteúdo, junto com seus alunos.

O sistema da Wikipedia é de código aberto, gratuito e pode ser baixado no endereço http://www.mediawiki.org/wiki/MediaWiki

A maioria dos provedores de hospedagem trabalha com um gerenciador chamado Cpanel (painel de controle) e possui o Fantastico, um instalador automático de diversos sistemas, entre eles alguns modelos diferentes de Wikis, ao alcance de um clique.

O miguxês e outros códigos

O designer Mario Amaya falou com muita propriedade sobre o assunto em seu blog e merece a sua visita.

O miguxês, ou seja, aquele dialeto de internet que a gente não entende, não é um empobrecimento do idioma, é outro idioma. A comunicação em miguxês é uma opção do jovem, e não falta de.

Este aspecto, o de não ser uma limitação e sim uma opção é crucial para entendermos esta comunicação.

Redes sociais

Acho hilário o termo “rede social”. Existe alguma rede de pessoas que não seja social? A internet toda é humana, formada por pessoas que se comunicam entre si e portanto é toda uma grande rede social.

O termo na verdade se refere a sistemas que facilitam esta comunicação interpessoal, como o Twitter, Orkut, Facebook e muitos outros. Assim como em qualquer festa, é mais importante saber se comportar no ambiente do que saber a receita do bolo.

Tanto nas ditas redes sociais como na tal da “blogosfera”, o crédito é importantíssimo. Apesar de abrir mão da privacidade, o jovem não abre - e nem deveria - mão da individualidade. A internet toda funciona muito por mérito e crédito, ou seja, se você viu um link interessante no Twitter de alguém, ao invés de copiar e colar para repassar para o seu grupo, faça um “retwitt”, ou seja, assuma que você está repassando algo feito/descoberto por outra pessoa, citando a fonte. O mesmo vale para blogs. Os blogs mais respeitados são aqueles que criam conteúdo próprio e que quando reproduzem algo de outra pessoa, dão os devidos créditos. Esta é uma regra que não pode ser quebrada online, sob o risco de perder completamente a credibilidade. E, como sabemos em qualquer ambiente (online ou offline), credibilidade é tudo nessa vida.

Outra regra importante para a sobrevivência online é a periodicidade. É melhor não ter um blog/twitter/etc do que ter um bissexto. A presença online exige alguma manutenção.

O contato direto com o aluno e no ambiente dele pode trazer bons frutos. Muitos problemas como a falta de tempo, a timidez ou mesmo a pressão de grupo caem por terra quando o jovem está online. Muitas vezes ele consegue se expressar com mais desenvoltura, rapidez e facilidade na internet do que na sala de aula.

A semelhança com audiovisuais e seus blocos pequenos de texto

O quadro-negro não passa vídeo, não permite o copy-and-paste, não tem hiperlink, não toca mp3, não reproduz podcast e não aceita comentários, mas na verdade a estrutura lingüística é muito similar à internet. São tópicos com pouco texto que dão suporte ao que é dito verbalmente.

Apesar de o texto ser o seu suporte fundamental, a linguagem é verbal e conta com todo e qualquer recurso audiovisual disponível naquele momento.

Essa capacidade de síntese que o professor tem para dar e vender é extremamente valorizada online.

Assim como na sala de aula, na internet o aluno que se interessar por determinado assunto irá procurar textos e subsídios mais aprofundados. A grande diferença é que o processo não é passivo: o aluno assume o papel de responsável e ator da busca por aquela informação.

O professor tem à sua disposição diversas mídias e formatos diferentes. Aqueles que se sentem mais confortáveis falando do que escrevendo podem, por exemplo, criar um podcast.

Escrever em um blog, por exemplo, não exclui outras possibilidades. O blog pode inclusive conter um podcast, vídeos, um fórum e conteúdos de redes sociais.

A questão da atenção dividida

Paradoxalmente, quanto mais o professor espalhar as suas informações online, mais o aluno vai focar no assunto. Esta pulverização que pode enlouquecer alguém ainda não habituado com a tecnologia é, na verdade, percebida como um símbolo de importância. Quase que uma reprodução das medidas de um clipping, onde o volume de notícias é contabilizado como uma vitória. O internauta presta mais atenção àquilo que chegou a ele de várias fontes diferentes porque entende como sendo de uma relevância maior.

Qualquer informação online que venha de forma intrusiva ou impositiva é imediatamente descartada, mesmo que de interesse do aluno. Ele precisa se sentir e se perceber como agente daquela informação. Aqui entram, com grande importância, as redes sociais e os blogs, onde o professor pode, além de interagir com outras pessoas, colocar o seu conteúdo online de uma forma em que o aluno vá até ele sem se sentir em uma posição submissa ou passiva.

A passividade no recebimento da informação é sempre entendida como spam. Nada online é unilateral, mesmo que a bilateralidade seja apenas a de clicar em um endereço para chegar ao blog.

Dicas de ferramentas

Colocar uma matéria online no Google Docs, onde o aluno pode copiar e colar o que interessa, interagir deixando comentários e/ou dúvidas ou mesmo acrescentar algo.

Publicar slides, imagens, ilustrações e apresentações nas ferramentas gráficas (Flickr, Picasa, etc), de forma que o aluno tenha acesso a estas informações com maior clareza do que uma reprodução xerox ou cópias feitas em cadernos.

Publicar textos em domínio público no Scribd, de forma não apenas a compartilhá-los com toda a web mas também facilitando o acesso e busca deste material.

Indicar a leitura de trechos ou livros na íntegra no Google Books, dependendo se em domínio público ou não.

Abrir um canal de comunicação direta com alunos e colegas através do Skype, msn ou similares.

Tocar/mostrar músicas no Blip.fm, como demonstrativas de uma figura de linguagem ou de uma época.

Estimular a leitura através de hipertexto e a assimilação de conteúdo de qualidade em palestras online e vídeos educativos.

Criar coleções (listas) no Youtube ou no Vimeo de vídeos interessantes e recomendados para os seus alunos.

Criar versões WAP de seus blogs para que os alunos possam ler no celular. A maioria dos sistemas de blog possui versão WAP ou algum plugin gratuito para esta finalidade.

Usar o Google Earth ou Maps para mostrar locais ou o History do Google Earth para representações em 3D históricas (Roma Antiga, por exemplo), ou ainda o céu ou a Lua ou Marte.

Reproduzir experiências bem sucedidas como o Mil Casmurros, por exemplo.

Centralizar bookmarks de forma pública e acessível no Delicious.

Ampliar o repertório dos alunos com palestras do Teachertube, do MIT ou do TED.


O senso de comunidade

O ser humano é engraçado: basta ver a casa de um que já quer construir a sua do lado. Nós temos o senso de comunidade muito enraizado em nossa formação. Desde o homem primata que formamos comunidades. Os princípios de auto-preservação e proteção seguem em nossas vidas o tempo todo.

Os alunos formam grupos, tanto em sala de aula quanto em intervalos. O ser humano se relaciona em bandos, mesmo que este bando seja composto por apenas duas pessoas. É natural portanto que na web este senso de comunidade se reproduza também.

Um dos pecados mortais é ir contra ou trair grupos estabelecidos (exemplo: a propaganda do Estadão contra os blogs), mas às vezes é difícil detectar os grupos que são por natureza voláteis, orgânicos e flexíveis, ainda mais online.

Uma boa forma de se medir a relevância daquele grupo ou pessoa online é uma simples busca no Google. Coloco aqui alguns truques práticos de uso do Google para este fim:

Para limitar a busca naquele termo específico e não em todas as palavras que o compõe, use aspas. Ex: “gato siamês” irá retornar um resultado muito mais relevante do que apenas procurar por gato e siamês.

Para descobrir quem ou quantos sites têm links para alguém, use o “link:”. Exemplo: “link:aguarras.com.br”. Não é necessário usar o www.

Para buscar algo apenas dentro de um determinado site, comece a busca com “site:URL busca”. Exemplo: “site:aguarras.com.br arte-educação”.

Para buscar um conteúdo apenas em um determinado tipo de arquivo, use o filetype:TIPO. Exemplo: “hauser filetype:pdf”

Existem outras dicas no próprio Google.

Muitas vezes a própria internet fornece informações sobre quem é o seu visitante, o que ele pensa, como age e o que a comunidade pensa dele.

O potencial disseminador do internauta

As técnicas de divulgação mudam de nome e formato com o tempo. O que antigamente era o RP (relações públicas) hoje é o especialista em rede social. As ferramentas mudam mas o princípio é o mesmo (nós somos os mesmos).

“Aquilo que é bom não precisa de propaganda”. Esse é um dos mitos mais conhecidos na publicidade e é apenas isso: um mito. O professor faz propaganda de sua matéria. A mãe faz propaganda de suas opções de vida ao filho. O padre faz propaganda de sua religião. Os formatos e os objetivos mudam, naturalmente, de acordo com o caso, mas a disseminação de idéias e ideais faz parte de nosso instinto de preservação, a preservação de nossa memória.

Na Grécia Antiga, era considerado “clássico” aquilo digno de ser copiado. A expectativa de vida então era de 35 anos e a noção da finitude da condição humana era claríssima. Assim como na internet, a nacionalidade era uma essência, um pertencimento espiritual e cultural e não algo limitado por fronteiras: se você fala grego, segue a religião grega, pensa como um grego, você é grego, não importa onde viva ou tenha nascido. As artes eram consideradas de suma importância porque perpetuavam o registro da cultura. As conquistas eram não apenas militares mas também culturais.

Estes mesmos conceitos são reproduzidos na internet que, assim como a Grécia Antiga, não tem a noção do Estado-nação. O modo de vida do internauta o qualifica. Aqueles que não são internautas (”não falam grego”) são considerados pelo grupo como inferiores culturalmente (bárbaros). O conceito de clássico é aquilo que é reproduzido, independente se um vídeo tosco no Youtube ou uma palestra no TED.

Surge então o conceito de uma informação viral, ou seja, que se reproduz além de uma intenção ou controle, que se reproduz de forma autônoma, espontânea. Um bom viral é aquele que move alguma emoção, que toca em algum ponto da formação do ser, mesmo que seja o de considerar o diferente como um bárbaro.

O fenômeno de dissipação destes conteúdos é às vezes batizado de “meme”, uma analogia ao conceito criado pelo zoólogo Richard Dawkins para explicar a disseminação de pensamentos, idéias e produtos culturais. Segundo Dawkins, algumas informações são transmitidas da mesma forma que os genes, replicando-se automaticamente e tornando-se parte da cultura universal.

A internet é o veículo ideal para a transmissão desses “memes”. E, com o advento de sites que permitem a criação e a divulgação de conteúdo produzido pelos próprios internautas, os memes ganharam um novo aspecto: a possibilidade de estas unidades de informação não apenas serem retransmitidas, mas ganharem novas leituras.

E tudo isso ao alcance de um clique. Não precisamos mais esculpir em pedra a nossa visão de mundo. E com a facilidade vem também o alcance exponencial.

O professor pode se colocar como receptor e requisitar aos seus alunos, por exemplo, que indiquem conteúdo relativo a um tema. A pesquisa estimulada na web movimentará a comunidade de alunos e, conseqüentemente seu interesse. Ou, ainda, analisar algum conteúdo online junto a seus alunos, estimulando desta forma a busca por similares.

Conteúdo é a chave do negócio, sempre foi e sempre vai ser.

O que você tem a dizer é muito mais importante do que a forma.


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Nota importante: este artigo foi originalmente escrito como uma linha geral de uma palestra para professores e não tem a pretensão de ser nada além de um apanhado de dicas sobre alguns dos usos possíveis da internet como instrumento didático. Este não é um whitepaper e a autora é especializada em internet e não em pedagogia.



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Carolina Vigna-Marú é a editora do Aguarrás, além de ilustradora, designer e diretora de arte.

Fonte: http://aguarras.com.br/2009/05/18/alguns-usos-pedagogicos-da-internet/

Postado por Robson Freire às 10:06 AM 1 comentários
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23/05/2009
“Lifes For Sharing”
Olá Amigos

Assisti agora o outro vídeo T-Mobile Advert “Lifes For Sharing”, que da título a postagem que é muito bom. Só tem uma palavra para descrever o vídeo: Contagiante. Igual a vírus de gripe suína o vídeo é demais de contagiante e inteligente, logico que o produto (olha ai de novo) celular estava a venda, mas mesmo assim achei muito legal a mensagem do vídeo. O anuncio foi filmado as 11 horas de uma quinta-feira do dia 15 de janeiro de 2009 na estação Liverpool Street, Londres ( durante a hora do rush). Isso fora a trilha sonora muito boa. Repara na reação das pessoas em volta.



Na trilha sonora rola Lulu – Shout, Yazz – The only way is up, Pussycat Dolls – Don’t cha, Valsa Vienense, Kool & the Gang, Rainbow – Since you’ve been gone, Millie Small – My Boy Lollipop e Contours – Do you love me.

Olha, vira e mexe assisto o vídeo e quando vejo estou dançando na sala.

Recomendo.

Abraços

Equipe NTE Itaperuna

Postado por Robson Freire às 9:18 PM 2 comentários
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22/05/2009
Almanaque da Rede - O Blog de Papel
Olá Amigos


Ontem durante a reunião do Portal Conexão Professor e Conexão Aluno conhecemos o Almanaque da Rede. A proposta do Almanaque da Rede é fantástica, uma reinvenção da escrita nos tempos atuais. Levar aos alunos a forma correta de se fazer varias formas de textos é uma proposta que sem sombra de duvida é das mais uteis que vi atualmente.


Você quer aprender a escrever para contar sua história? A história das pessoas que você conhece, para inventar personagens, para conquistar amigos e amores, para aumentar suas chances no vestibular e no seu futuro profissional? Então, você está no lugar certo!


Almanaque da rede é um laboratório de escrita, presencial e digital, gratuito, aberto a estudantes da rede pública de ensino médio das escolas das coordenadorias da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Almanaque da rede tem uma versão em papel que foi distribuída pela Secretaria Estadual de Educação em toda a primeira série do ensino médio, em março de 2009.

Desde março, o projeto "Almanaque da Rede" ensina estudantes do 1° ano do ensino médio a fazer narrações, dissertações, descrições e mensagens através das cores. O almanaque, além de ser uma agenda multicolorida utilizada em sala de aula, também é apresentado como jogos na internet. Os alunos com maior pontuação ganham passeios culturais entre outros brindes.

Confira uma aula prática do Almanaque da Rede


São propostas como essa que fazem a diferença.

Conheça e Divulgue

Abraços

Equipe NTE Itaperuna
Postado por Robson Freire às 12:57 PM 0 comentários
Marcadores: Almanaque da Rede, aluno, blog, Conexão Aluno, Conexão Professor, dissertação, papel, professor, SEEDUC, texto
19/05/2009
Dia do Físico
Olá Amigos

Hoje é o Dia do Físico. Tenho uma ligação com a física de uma maneira quase cósmica. O meu melhor professor de ensino médio e que foi o meu grande incentivador foi o Dalton. Agora no mundo virtual tenho o Sergio Lima e o Franz além do Tadeu Pena. O Sergio por seus sempre e constantes questionamentos e por aquela inquietação construtiva e o Franz por nossa ligação musical e profissional, além de seus textos sempre bem elaborados e precisos

No blog n-Dimensional tem algumas lições de vocabulário (básico, intermediário e avançado) para que você, leitor não-físico, possa entender um pouco da linguagem dos físicos. Uma leitura bem legal vem do blog Formigueiro Comunista intitulada Leis de Newton Aplicadas em sua Vida, um postagem bem legal.




Recomendo a visitação dos blogs Humor na Ciência, n-Dimensional, Efeito Ázaron, Físico Maluco que são assim por dizer um espaço divertido de ver a física. Outra coisa que recomendo e a série O Mundo de Beakman (site em português não oficial aqui) é um programa de ciências, e a primeira vista parece meio estranho, com cenários coloridos, efeitos sonoros e muitas experiências visuais. Mas não é estritamente um programa infantil, ao invés disso, é uma avançada experiência em termos de informação. Quem não curtiu os programas? Eu adorava.

Por isso amigos físicos, pesquisadores ou a turma da licenciatura, fica aqui o meu parabéns e uma sugestão mais humor para ciência.

Abraços

Equipe NTE Itaperuna

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18/05/2009
Pesquisa e autorias virtuais
PROFESSOR & PESQUISA (7)

- Pesquisa e autorias virtuais -

Pedro Demo (2009)

Exploro aqui introdutoriamente potencialidades da assim dita web 2.0 na condição de espaço pertinente da pesquisa como princípio científico e educativo (Demo, 2009). Este tipo de plataforma eletrônica está em voga, em especial nos Estados Unidos, sendo já usada em muitas escolas como último modismo (Lei et alii, 2008. Musser, 2008. Shuen, 2008. Solomon & Schrum, 2007. Stauffer, 2008. Vossen & Hagemann, 2007). Em sua recente obra sobre “geração net” (net generation), Tapscott (2009) não deixa por menos, ao propalar: “como a geração net está mudando seu mundo”... Para além do modismo, porém, há muitos estudiosos que se dedicam a pesquisar as potencialidades deste tipo de plataforma digital e que tem já alguma tradição no “moodle” em muitas universidades (Moodle, 2009. Mason & Rennie, 2006; 2008). Ao que consta, inúmeras crianças, mesmo no início do ensino fundamental nos Estados Unidos, já são “autoras” de ficção em torno de Harry Potter, usando blogs como meios de divulgação e discussão online[1]. Interessa, aqui, sublinhar esta oportunidade de autoria através de iniciativas de pesquisa, menos marcadas pelo rigor metodológico, do que pela ânsia de formação mais profunda e participativa. De fato, a web 2.0, se tomada devidamente a sério e criticamente, pode representar chances pertinentes de autoria, embora, como toda plataforma tecnológica, seja ambígua: pode ser usada para tudo, também para trapacear autoria (Bauerlein, 2008. Keen, 2007). Como uso dizer, é preciso sempre preservar o “olhar do educador”, crítico e autocrítico, oferecendo aos estudantes oportunidades qualitativas (Coiro et alii, 2008. Demo, 2009a).




I. APRENDIZAGENS VIRTUAIS




A nova geração está migrando, pelo menos em parte, para o mundo virtual no que concerne à sua aprendizagem. Não significa que a escola seja abandonada, já que a tese de sua extinção não vingou (Illich, 2000). Mas está sofrendo grande concorrência da assim dita “aprendizagem informal” (Rogers, 2005. Lankshear & Knobel, 2008) - o que as crianças aprendem fora da escola, ou o que adultos aprendem fora de ambientes escolares (no trabalho, no lazer, na vida como um todo). Quando as crianças possuem em casa acesso a computador e internet, facilmente se “alfabetizam” antes de irem à escola e de maneira por vezes bem mais adequada (Demo, 2009) e sem interferência maior de adultos (Burniske, 2007. Gee, 2003. Kist, 2005. Knobel & Lankshear, 2007). É neste sentido que se diz com alguma insistência que, daqui para frente e cada vez mais, a aprendizagem não poderá ocorrer fora de ambientes virtuais. Não se trata de determinismo tecnológico (Dijk, 2005), já que é possível aprender bem fora de ambientes virtuais, como sempre se fez, mas do reconhecimento da “ubiqüidade” do computador na vida das pessoas, em especial das crianças (everyware[2], na expressão de Greenfield) (Greenfield, 2006. Poslad, 2009. Theng & Duh, 2008).

Não se podem ignorar na aprendizagem virtual seus atrativos, redundando em forte motivação, ainda que esta motivação esteja sempre muito contaminada de consumismo (Wark, 2007). Na prática, porém, cresce a presença de ambientes simulados, virtuais, nos quais a aprendizagem pode tornar-se, além de mais atraente, também mais palpável, visível, situada (Gee, 2004. Aldrich, 2004. Gibson et alii, 2007). Parece paradoxo que ambientes “simulados” sejam vistos como mais bem “situados”, mas, para crianças a distinção entre real e virtual vai se esvaindo (Tapscott, 2009). Esta indistinção de mundos aparece com grande veemência na noção de “cultura popular”, hoje tipicamente eletrônica nos países mais desenvolvidos (Jenkins, 2006. Johnson, 2005. Latterell, 2006. Lessig, 2004. Lovink, 2003). Usa-se também o termo “alfabetizações populares” acoplado ao de cultura popular no contexto da nova mídia (Marsh, 2005. Marsh & Millard, 2006). Esta dimensão cultural é uma das dinâmicas mais profundas da “revolução informacional”, como, por exemplo, a vê Castells (1997; 1997a; 1998. Berger & Huntington, 2004). Que o “popular” já seja “eletrônico”, significa mudança drástica de padrão cultural, implicando também outras visões sobre nossa história e cultura. Não se sugere que isto deva ser saudado, já que corre solta aí uma globalização prepotente das novas mídias muito secundada pela ideologia neoliberal (Hassan, 2008. Liu, 2004), mas não há como não reconhecer esta tendência já avassaladora.

Falamos de “aprendizagens” (no plural), porque passou o tempo da teoria única. Como a natureza que só produz “híbridos” (seres feitos de outros seres), a academia precisa aprender a conviver com a diversidade multiculturalidade de teorias, vendo nisto uma riqueza (Duderstadt, 2003). Toda teoria é um olhar seletivo, nisto também reducionista (Haack, 2003), sem falar em sua face multicultural (Harding, 1998; 2004; 2006). Será sempre uma entre outras. Por incrível que pareça, também teorias que se dizem “críticas” podem cair nesta armadilha, quando, desbancando por vezes com razão bem tramada outras teorias, imaginam ocupar o espaço solitária e exclusivamente, a exemplo da “teoria crítica” da Escola de Frankfurt (Demo, 2008). Na prática, enredam-se numa clamorosa “contradição performativa” (puxam o próprio tapete, ao destruírem em si mesmas a própria argumentação): são críticas, mas não “autocríticas”. Ao tempo que vêem com lupa aguçada os defeitos alheios, não percebem os próprios, levantando a pretensão descabida de produzir teoria sem defeito. À revelia incidem na mesma esparrela da neutralidade/objetividade do positivismo: quem imagina explicar tudo sozinho apresenta-se como instância soberana acima do espaço e do tempo, invulnerável.

Este vento, por vezes incômodo, de desconstrução de idéias fixas no mundo da ciência sopra também na pedagogia, no âmbito da alfabetização, que agora também aparece no plural (novas “alfabetizações”) (Coiro et alii, 2008). Primeiro, a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos. Segundo, advindas novas tecnologias utilizáveis na escolarização das pessoas (em especial computador e internet), as crianças se alfabetizam em casa ou em outros lugares onde haja acesso virtual, em geral mais efetivamente. Terceiro, a criança - que é “nativa”, enquanto nós, adultos, somos “imigrantes” (Prensky, 2001; 2006) -, ao deparar-se com o computador, lida com ele sem saber ler, não precisando, ademais, de curso específico; ao contrário, fica aborrecida quando os pais (adultos) persistem em lhes dar “instruções”. No computador não existe apenas material para “ler”; há também para ver, escutar, manipular, mexer. Quarto, o desejo de ler comparece em seguida, quando a criança descobre que na internet é possível comunicar-se, estabelecendo com colegas um mundo de relacionamentos fascinantes. Quinto, aprende a ler de maneira “situada” (Gee, 2004), porque experimenta no mundo virtual situações de sua vida concreta (ainda que simuladas), em especial situações impregnadas de sua “cultura popular” (tipicamente mediadas por novas tecnologias - música, jogos, fanfiction, manga, mp3, etc.). Esta aprendizagem da leitura e escrita surge de motivação pessoal turbinada pelos relacionamentos virtuais, mais do que pela obrigatoriedade escolar.

Uma diferença notável entre ambientes virtuais não escolares e os ambientes (quase sempre não virtuais) escolares é que nestes a relação tende a ser abstrata (construída ou fantasiada num nicho separado do mundo das crianças), enquanto nos outros a criança é a referência primeira e última, o que lhe permite assumir logo posição de relativa autoria. É típico que esta comunicação virtual entre coleguinhas, para além de animadamente motivada, implica expressar-se com devida autonomia e autoria, ativando a identidade da criança e maneiras criativas de expressão própria. Daí advém o fenômeno não menos impressionante de que as crianças desenvolvem, rápida e naturalmente, um “dialeto” e “alfabeto” próprio, à revelia dos gramáticos. Se, de um lado, isto significa um “assassinato” da gramática (só para os gramáticos, claro!), de outro, significa a elaboração de identidades menos rígidas, mais negociáveis e também mais fragmentadas (Demo, 2009). Enquanto a alfabetização escolar, além de tendencialmente abstrata, é em geral “dura”, disciplinar, porque repassa a expectativa autoritária de confinamento na escola, a alfabetização virtual parece abrir horizontes bem mais abertos para a criança, que se sente “dona” da situação, por mais que isto seja extremamente relativo. A criança adora a internet, porque lhe parece um mundo “livre”, sem dono, sem tutor, sem hierarquia, sem “professor”, sem adultos que impõem instruções. A liberdade na internet é, em grande parte, ilusória (Galloway, 2004. Lessig, 2004), mas é impressionante a “sensação” de liberdade que nela se pode experimentar, em parte porque mundos virtuais não possuem restrições naturais dos mundos físicos. Bastaria lembrar que o mundo da imaginação infantil é cada vez mais povoado de construções virtuais animadas em 3D, o que permite soltar a imaginação sem limites, substituindo - para desgosto de muitos - em parte, os contadores físicos de estórias...

Ambientes virtuais de aprendizagem parecem favorecer ostensivamente modos mais flexíveis de formação da mente, que apanham, entre outros horizontes, os de Vygotsky (1989; 1989a), em particular em seu conceito de “zona de desenvolvimento proximal”: o desafio de o aluno ousar avançar com apoio do professor para encarar novas situações e problemas, construindo, assim, sua autonomia progressiva. Esta perspectiva aparece recorrentemente na discussão sobre novas tecnologias (usa-se comumente o termo “scaffolding”, uma metáfora dos andaimes de uma construção, que permitem subir com apoio devido e assegurado) (Coiro et alii, 2008. Lankshear/Knobel, 2008). Entretanto, o argumento mais adequado não provém das novas tecnologias propriamente, mas da própria estruturação cerebral evolutiva: ao mesmo tempo que o cérebro consegue realizar façanhas como a interpretação subjetiva e individualizada, entendendo comunicação dúbia, fragmentada, incompleta através do contexto cultural, nunca produz algo final, peremptório, completo. Não cabe, assim, no cérebro humano uma teoria final, única, acabada, por mais que esta pretensão faça parte de sua soberba clássica. Esta soberba clássica, aliás, foi o “pecado original” de Adão e Eva, que, tripudiando sobre as virtudes do conhecimento (comeram dos frutos da árvore do conhecimento afrontando a proibição divina), desafiaram a Deus: criatura que se volta contra o criador. Esta pretensão divina mora no cérebro, fazendo parte de nossa imaginação desenfreada, mas é uma temeridade e, na prática, um desacerto. Em geral, nossas teorizações são mais pretensiosas que convenientes, algo que Foucault explicava pela “ordem do discurso” (2000): a “ordem” é muito mais do discurso, do que da realidade (Demo, 2002). As teorias são bem menores e mais frágeis do que estamos acostumados a vê-las.

Temos, pois, dois argumentos disponíveis hoje para as “aprendizagens”: a autopoiese mental naturalmente diversificada, dinâmica, flexível, e, sempre, falível, incompleta, aproximativa; as dinâmicas virtuais marcadas pelo passageiro, fugaz, fragmentado, em parte movidas pelo consumismo neoliberal, mas também pela própria tessitura digital. É fascinante que esta tessitura digital, em si fundada em formalismos puros e rígidos (seqüências de zeros e uns, algorítmicas), faculta modos interpretativos e reconstrutivos infinitos em nossa mente, quando se tocam sintaxe e semântica. Assim, não se aprende de uma única maneira, não só porque as variações individuais são incomensuráveis, tais quais as interpretações e os respectivos fundos hermenêuticos, mas principalmente porque faria parte de nossa natureza mental autopoiética usar as formalizações para delas se libertar. Enquanto as teorias formalizam a realidade em idealizações discursivas, aprender delas significa sempre saber ir além delas, perceber o que elas deixaram de perceber, atentar para dinâmicas que desbordam limites, perceber que toda teoria é uma entre outras, naturalmente. Neste sentido, teoria única é preguiça ou idéia fixa, sem falar na pretensão doentia. Teorias se usam, não se adotam, porque são claramente instrumentações mentais de sentido formalizante. Mutatis mutandis, ninguém “adota” a internet. Usa, de preferência na condição autônoma de sujeito questionador. Quem adota a internet não passa de ventríloquo do consumismo neoliberal.

Na internet surgiu o fenômeno do “remix” para sinalizar estilos variados, conturbados, sempre incompletos, também suspeitos, de produção online (Sunstein, 2006. Weinberger, 2007). Isto lançou outra luz sobre a autoria e que já vinha se delineando em outros horizontes que falavam da “morte do autor” (Barthes, 1977; 2008. Manguel, 1996). A reação crítica à autoria se deve, pelo menos em parte, ao tributo medieval de respeito subalterno, que induzia a sacralização de autores intocáveis e tidos por figuras completas. Como a interpretação é livre e principalmente supõe reinterpretação infinita, por razão hermenêutica, todo autor é, em certo sentido, desconstruído no leitor que se mantém soberano, mesmo que possa ser irresponsável. Esta condição se aguçou na internet: o que se põe na internet, como regra, é usado livremente, resultando em produtos que vão desde o plágio puro e simples, até os mais variados tipos de remix, incluindo quase cópia e textos de qualidade reconhecida como os da wikipedia. Dois traços são sublinhados para fins pedagógicos: de um lado, a importância da autoria, no seu aspecto individual/subjetivo, insubstituível e indevassável; de outro lado, a importância da relatividade desta autoria, sempre incompleta (ninguém tem uma idéia propriamente original, porque nossa mente não é original), resultando isto na autoria coletiva, facultada por programas virtuais tipo wiki. Em plataformas como o blog, realça-se a autoria individual como iniciativa de todo internauta compromissado com sua autoria pessoal; no entanto, seus textos, ao serem divulgados eletronicamente, tornam-se, de certa maneira, públicos, podem ser comentados/criticados/valorizados/descartados, o que empurra a autoria para patamares mais bem marcados pela arte de bem argumentar. A transparência e interatividade natural dos ambientes recomendam argumentar bem. Em plataformas como a wiki, o trabalho coletivo facilmente instaura a ética da autoridade do argumento, não do argumento de autoridade, de certo modo obrigando todos a aprenderem de todos. Não há como imaginar aí uma teoria única, compulsória, superior. Todas são apenas instrumentações, por mais que imprescindíveis.




II. PESQUISA E WEB 2.0




Voltando à definição mínima de pesquisa - questionamento reconstrutivo - a web 2.0 se apresenta como opção instigante. Embora tudo seja tão ambíguo na internet, tento aqui mostrar o lado alvissareiro, que não surge automaticamente, mas apenas se o interessado investir esforço e compromisso. A assim dita internet 1 tinha o formato do mero consumo, reprodução, navegação para catar informação, lazer passivo. Isto começou a mudar no começo do século, ao aparecerem plataformas mais interativas que solicitavam dos usuários participação ativa (O’Reilly, 2005; 2006): antes apenas se lia, agora, na internet 2, também se escreve, sinalizando com isso a possibilidade de desenvolvimento de autoria. Logo proliferaram tais plataformas (Mason & Rennie, 2008. Demo, 2009), havendo por volta de 20 (muitas são bastante repetitivas)[3], indicando uma febre em torno de tais oportunidades de interação autoral. O toque importante da web 2.0 é autoria, que pode ir desde o “remix” mais sonso (quase um plágio) até um texto rebuscado, como é a wikipedia.

Os internautas usam o termo “remix” para designar todo texto postado e que tem algum esforço de criação própria, assinalando por ele que, não havendo originalidade completa, é possível a todos fazer algo criativo procedendo como a natureza: não cria do nada, mas a tudo refaz, partindo do que existe (Weinberger, 2007. Latterell, 2006). Erstad (2008) analisou mais detidamente esta prática digital no contexto escolar, chegando a conclusões surpreendentes. A expectativa dos professores, em geral, é que os alunos plagiem conteúdos, tendendo a ver em “remix” apenas algo, digamos, “remexido”, se não apenas copiado. Como expressão, porém, da web 2.0, Erstad observa: “Atividades de remix como parte essencial da alfabetização digital representam processos de mudança em nossas escolas hoje, desde desenvolvimento de conhecimento com base em conteúdo predefinido em livros escolares e a reprodução de conhecimento proporcionado pelo professor, rumo a uma situação onde os estudantes tomam conteúdo disponível e criam algo novo, algo não predefinido. Algumas escolas já implementaram essas novas possibilidades proporcionadas pela mídia digital, e muitos desenvolvimentos teóricos estão sublinhando as implicações educacionais desses desenvolvimentos. Todavia, nosso sistema educacional está ainda empacado em ideais tradicionais de alfabetização” (2008:178).

O desenvolvimento conceitual do “remix” supõe que o novo nunca é acabado; ao contrário, é uma reconstrução que parte de algo já dado, como, aliás, é qualquer texto. A hermenêutica sempre apontou para este fato: todo texto pressupõe texto anterior; toda leitura é interpretação, que também será reinterpretada (Foucault, 2004). Não havendo mente totalmente original (é produto evolucionário), não haverá texto completamente criativo. Sendo a natureza, como dinâmica evolucionária, um imenso remix, não escapamos de também o ser. A percepção do remix se acentuou com a mixagem musical, intensificando-se com a ânsia das crianças de mesclar conteúdos na internet. Lessig (2004) fala de “remixing culture” (cultura do remix), para designar a problemática de fundo do copyright colocada em risco. Gravadoras e editoras reclamam muito de apropriação indébita dos que copiam material eletrônico ou xerocam livros, tendo em vista que esta prática já não é residual, mas dominante. Daí está surgindo a noção de revisão do copyright para se tornar copyleft: talvez a primeira edição possa resguardar direitos autorais; mas, a partir daí, ficaria “domínio público”. A noção de copyleft sugere que o resultado do remix deveria ficar aberto para que o próximo também possa fazer o mesmo, algo próprio do software livre.

Erstad aponta para a “multimodalidade” dos textos digitais, à medida que combinam muitos elementos de mídia diferente em uma nova expressão textual. Pode-se não só somar tais componente, justapondo-os, mas reconstruir algo novo. O risco de copiar textos alheios vendendo-os como próprios sempre vai existir, também porque a “cola” pode ser, em muitos aspectos, uma defesa contra didáticas imbecilizantes. Bastaria observar que a “cola” pode ser extremamente criativa, muito mais que a aula do professor. Não estou aprovando o plágio, mas há que se reconhecer que a “cola” pode ser a resposta adequada para a “aula copiada”. É uma balela o autor como gênio criativo solitário (the author as a lone creative genius). Toda autoria supõe outras autorias, ou seja, autoria se constrói sobre a multiplicidade de outras autorias. “Remix, neste sentido, ilustra como jovens hoje estão envolvidos em tomar extratos de diferentes mídias e colocá-los juntos de modos novos” (Erstad, 2008:190). Assim, sem abonar, de modo algum, o plágio, pode-se admitir, sem susto, que é possível a criatividade na internet, partindo de textos pouco modificados até outros profundamente reconstruídos, sendo todos, ao final, “remix”, como qualquer cultura, ou como qualquer ser natural (Sawyer, 2007).

Tomemos o exemplo do blog[4] (Warlick, 2007). Postam-se neles conteúdos elaborados pelo autor do blog, que podem ser textos pequenos, fotos, colagens, citações, bem como textos acadêmicos. Não pode haver blog sem alguma autoria, o que já muda muito de figura: não se trata de usuário consumidor que encontra as coisas prontas e as engole. O texto postado torna-se de acesso público, expondo o autor à apreciação alheia. Mais que isso, os leitores podem comentar, analisar, concordar, discordar, aparecendo uma espécie de esfera pública na qual brandem-se argumentos. É possível armar uma excitante platéia de discussão, na qual eclodem também desacertos e baboseiras, mas igualmente noções criativas. Como comenta Tapscott (2009), a campanha de Obama encontrou nesta prática um apoio sem precedentes, primeiro, ultrapassando a Senadora Clinton (a outra pretendente à candidatura) e, depois, ultrapassando o candidato republicano. O que interessa aqui é acentuar o possível ganho pedagógico desta prática virtual:

a) a exposição decorrente da divulgação de texto próprio leva o autor a dividir suas idéias com outrem, em pé de igualdade; não há como pleitear que o texto seja reconhecido como “argumento de autoridade”; ficaria apenas mais ridículo; o texto é tipicamente discutível e para ser discutido é lá postado; atrai a interação aberta e que pode ser crítica, autocrítica, e mesmo banal; para o docente isto significaria deixar seu pedestal catedrático, intocável, na sala de aula, e descer à planície onde todos se encontram em condição igualitária, inclusive alunos; ser comentado pelo aluno é algo que muitos professores abominariam, pois agride sua “autoridade”; interação virtual, porém, não conhece autoridade, apenas o vai-vem de idéias que combinam e se chocam naturalmente (Carroll et alii, 2007);

b) a partir daí aparece o maior ganho pedagógico: não valendo o argumento de autoridade, pode entrar em cena a autoridade do argumento, ou a força sem força do melhor argumento e que pode convencer sem vencer; não há como merecer a atenção dos usuários através de golpes, artimanhas, malandragens, a não ser pela qualidade do texto; esta qualidade não precisa ser acadêmica stricto sensu, mas deter a condição de algo criativo, ou de análise brilhante, ou de propostas instigadoras, o que levaria os usuários a comentarem e a participarem do texto conjunto; em sentido bem concreto, o professor que mantém um blog deixa para trás a carapuça do ensino, e entra no reino das aprendizagens: ele também quer aprender no contexto da interação aberta; ele também precisa exercitar a autoridade do argumento, que, é, afinal, sua única “autoridade” (por mérito);

c) outro efeito pedagógico memorável é a possibilidade de textos “persuasivos”, mesclando argumentação com retórica e motivação, no bom sentido (Bogost, 2007; Fogg, 2003. Fogg & Eckles, 2007); é preciso, obviamente, manter cautela, porque a persuasão é conclamada sobretudo pelo advertising, campo em que geralmente “vale tudo” (Oinas-Kukkone, 2008); mesmo assim, os textos multimodais podem ser, além de bem feitos academicamente falando, ainda charmosos, elegantes, artísticos, sobretudo quando se usam som, imagem, animação, etc. (McGann, J. 2001); isto aponta para outras dimensões textuais, em especial para o uso inteligente da imagem, também para argumentar, contra-argumentar, discutir teorias e práticas (Kress, 2002; 2005. Kress & Leeuwen, 2001; 2005. Maragos, 2008); estamos longe de fazer isso bem, já que a tendência é passar mecanicamente do texto impresso para o texto multimodal; usar imagem como autoridade do argumento ainda é desafio distante, mas vem chegando;

d) delineando-se um tipo de esfera pública da discussão bem conduzida, é possível também falar de promoção de novos tipos de cidadania ativada em ambientes virtuais; embora muitas vezes as discussões desandem em linguajares chulos ou ordinários (é o preço da interação aberta), é viável montar um campo de trabalho argumentativo orientado para alguma problemática que mereça a atenção dos usuários; tratando-se da cidadania que sabe pensar (usar a autoridade do argumento), os assuntos podem ser debatidos em tom educado e profundo, com crítica e autocrítica; de fato, o próprio ambiente de “social networking” (rede social) indica outros modos de “associativismo”, também promissores.

Não é menos ilustrativo o exemplo da wiki (Ayers, 2008), e seu filhote principal, a wikipedia. Primeiro, é notável que tenha surgido um modo mais confiável de trabalho em grupo (Rheingold, 2002): havendo registro histórico das contribuições, quem não contribui ou faz besteira fica exposto. Segundo, todos podem participar, sem qualquer restrição, esperando-se, porém, que a participação tenha mérito (Engelbrecht, 2008). Assim, ao discutir qualquer assunto, embora todos possam dizer o que quiserem, apenas as argumentações pertinentes e qualitativas sobrevivem, também porque sempre existe um coordenador final e alguns editores (somente esses podem deletar texto). Terceiro, pode surgir, como diria Benkler (2006), um “novo modo de produção” de estilo solidário, cuja participação não depende de incentivos e competitividade do mercado. As pessoas contribuem em nome de um bem comum. Se a wikipedia representa um novo de produção, parece pouco provável (Fabos, 2008). Mas que está encantando usuários da internet, isto é bem verdade. Comparada com outras enciclopédias (Giles, 2005), não fica atrás em qualidade, além de ser (pelo menos por enquanto) gratuita.

Como aponta Sunstein (2006), estamos ainda longe de uma “infotopia” (utopia da informação), seja porque não sabemos ainda discutir igualitária e honestamente, preferindo o melhor argumento, seja porque todo ambiente de discussão em grupo revela alinhamentos explícitos ou implícitos, seja porque não é viável acabar em sociedade com o argumento de autoridade. Há que se preservar agudo espírito crítico (Lister, 2003. Warnick, 2002), principalmente quando pretendemos inaugurar na internet espaços críticos! Todavia, é possível, sim, conduzir aí algo como “questionamento reconstrutivo”, à medida que os estudantes, usando blogs e wikis (por exemplo), exercitam sua autoria, em meio a outros autores (Cordi, 2004). Esta é oportunidade real: como não é possível participar sem contribuir, muda substancialmente a expectativa escolar tradicional: não cabe a postura do aluno que escuta, toma nota e faz prova. Nem cabe o professor que sabe tudo sozinho e se mantém intocável. É profundamente pedagógico que o professor se torne “discutível”, porque isto o leva a preferir a autoridade do argumento. Ao mesmo tempo, é profundamente pedagógico que o estudante descubra que autoria não é coisa do outro mundo, mas uma dinâmica natural e que começa com um simples “remix”. Por isso, a alfabetização em computador pode mais facilmente instigar a criança a construir suas aprendizagens de maneira ativa, fazendo textos, mesmo que seja começando por um email tosco. Em vez de ser alfabetização comandada de cima para baixo, linear, pelo professor que tudo decide, a alfabetização em ambiente digital permite interatividade constante e motivadora, a começar pela sensação (bastante ilusória, porém) da criança de estar pilotando a máquina (Demo, 2009).

Vemos aí, então, oportunidades imperdíveis de transformar informação que existe em profusão na internet em conhecimento reconstruído (Richardson, 2006). Isto certamente não cura a vocação mercadológica da internet, mas, como depende do usuário fazer bom uso, é possível guinar para atividades produtivas que, além de exercitarem a fluência tecnológica, induzam à reconstrução incessante de conhecimento. Em vez de resistir, a escola deveria procurar entender este processo, também porque não há como reverter a história (Fried, 2005). Nem tudo são flores, claramente, porque na internet as crianças podem fazer mil coisas, inclusive não estudar nada, copiar tudo. Podem, porém, aprender bem, ainda que com outras motivações, em outros lugares e em outras condições, em grupo ou sozinhas, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo. Pode-se apreciar, ainda, muito embora com toda a cautela, o esforço investido em tornar a internet um pouco mais “inteligente” (web semântica, ou web 3.0) (Harris, 2008. Kilian, 2007), no sentido de buscas mais capazes de entender os conteúdos (Akearkar & Lingras, 2007).

Exemplo também interessante são os videogames (“bons videogames”) (Gee, 2007. Prensky, 2001), também pelo uso intenso que fazem de conceitos correntes de aprendizagem. O mais conhecido talvez seja o de “scaffolding”, inspirado na “zona de desenvolvimento proximal” de Vygotsky: metáfora dos andaimes numa construção - vai-se subindo andaime por andaime, apoiando-se no anterior. Em geral, sugere-se que o ambiente dos bons jogos seja de cunho “construtivista”, tendo em vista que o jogador participa do jogo, em parte, como seu montador (pode mudar regras de jogo, refazer ambientes, redirecionar a “estória”, construir seu avatar, etc.). Para este tipo de montagem e remontagem, o jogador precisa pesquisar, por vezes, dedicadamente, reconstruindo inúmeros conteúdos e procedimentos. Aproveito aqui em especial um texto de Gee no qual faz esforço específico de definir o que seria bom jogo eletrônico (2008), numa discussão sobre um jogo feito adrede para a sala da aula (Savannah) (Facer et alii, 2008). Facer et alii apostaram principalmente em princípios de engajamento e automotivação, mas esta perspectiva não é isolada, ainda que possa ser proeminente.

Gee reconhece que ainda sabemos pouco para prometer tanto. Nota-se, de partida, que muitas crianças e adolescentes engajam-se mais facilmente em ambientes de aprendizagem fora da escola, no contexto de sua cultura popular imersa em artefatos digitais. Entende-se por cultura popular nos Estados Unidos e países similares, não tanto aquela cultura tradicional popular, mas aquela mediada pelas novas tecnologias, que incluem todas as atividades feitas em computador (celular também) online com textos, música, som, vídeo, e que se tornaram extremamente populares. Os videogames comerciais atuais tiveram uma trajetória significativa, tornando-se longos, complexos e difíceis. São, ao final, solúveis (caso contrário, não seriam comprados), mas implicam esforço sistemático duro e que, mesmo assim, ou precisamente por isso, causam intenso prazer. Procurando deslindar esta situação tão favorável à aprendizagem, Gee propõe algumas percepções em torno do que seriam “bons jogos eletrônicos”:

a) propõem aos jogadores identidades fortes; aprender coisas novas sempre requer aprender a ver e a valorizar o trabalho e o mundo de maneiras novas; os jogadores aprendem a observar o mundo físico através de construções virtuais que podem parecer até mais reais que as físicas, conduzidos por uma identidade (avatar) montada pessoalmente, por vezes, com grande sofisticação, dependendo da fluência tecnológica;

b) os jogadores sentem-se como cientistas, dado o ambiente de ciência experimental em que se envolvem: precisam lançar hipóteses, experimentar os ambientes, obter reações e respostas, refletir sobre resultados, retestar tudo freqüentemente, usar método e desconstrução/reconstrução permanente;

c) fomentam autoria, para além da condição de meros consumidores, à medida que cada jogo admite customização pessoal e modos próprios de jogar; regras de jogo podem ser modificadas (“mod”), produzindo novos cenários e mesmo jogos novos; ainda que a liberdade não seja tão grande (ao final, o jogo é um pacote comercial preservado), a sensação de liberdade pode ser avassaladora;

d) diminuem as conseqüências de possíveis fracassos; jogo implica vencer e perder, é importante saber vencer e perder; mas, quando se perde ou se engasga no jogo, é sempre possível recomeçar da última etapa salva; com isso, os jogadores são empurrados a assumirem riscos crescentes, a explorar e a experimentar coisas novas, a correr atrás de desafios complexos e exigentes;

e) permitem customizar o jogo para encaixar em estilos próprios de aprender e/ou jogar; muitas vezes os jogos apresentam níveis diferenciados de dificuldade, permitindo solução múltipla dos problemas; isto faculta um senso real de iniciativa, posse e controle, tornando cada jogo “seu” jogo;

f) ao mesmo tempo que elevam o senso de iniciativa, não deixam de lado a orientação de teor maiêutico, evitando que a liberdade de ação se perca no vazio; os problemas aparecem ordenados de tal sorte que, antes, aparecem os mais fáceis, como fundamento para encarar os mais difíceis progressivamente;

g) oferecem aos jogadores um conjunto de problemas desafiadores, deixando-os praticar até tornarem-se expertos exímios, ou fazerem da maestria uma rotina; a esta altura, lançam-se em um novo patamar de problemas mais sofisticados e exigentes (chama-se a isso de “boss”), induzindo a desconstruir a maestria em nome da aprendizagem permanente; ou seja, todo resultado acrescido é, logo, desmanchado em nome da inovação/superação constante;

h) levam-se os jogadores ao extremo de suas forças e competências, ainda que todo jogo deva, ao final, ser solúvel; “isto os torna agradavelmente frustrantes” (Gee, 2008:1025); empurram os jogadores a pensarem e repensarem as relações pessoais e sociais, bem como fatos e habilidades; cada solução pode ser um novo problema, tanto porque nenhuma solução é final, como porque em todo problema há de se achar alguma solução; problemas solúveis, a rigor, sequer são problema - interessantes são os problemas que admitem tratamento tão inteligente e hábil que deixam a porta aberta a novas problematizações;

i) fomentam modos distintos de inteligência; gerações anteriores viam inteligência como esperteza, artimanha, em contextos de soluções rápidas e rasteiras, sobretudo prepotentes; privilegia-se a inteligência metódica, cautelosa, experimental e teórica, para dar conta de desafios não lineares; motivam-se boas idéias, inspiradas na autoridade do argumento;

j) sendo as ferramentas também “inteligentes”, no sentido digital de padronizar situações e comportamentos que permitem lidar com desafios (como pretende a web semântica), elas motivam atitudes de interatividade reconstrutiva e interpretativa, requerendo muitas vezes equipes ou, pelo menos, discussão intensa online sobre o jogo e suas etapas e desafios; pode aparecer ambiente transdisciplinar, à medida que cada jogador assume um tipo de problema e tenta dar conta dele, para o bem comum do grupo;

l) em tais equipes as pessoas afiliam-se por afinidade do engajamento comum, não por raça, classe social, etnia ou gênero, fomentando um tipo cosmopolita de cidadania virtual;

m) favorecem o princípio de performance antes da competência; antes de se tornarem competentes, os jogadores podem experimentar à vontade as ferramentas espertas que estão disponíveis no jogo; quando erram, em geral há apoio just in time ou on demand, para poderem recomeçar ou refazer as trajetórias;

n) situam a aprendizagem, no sentido prático de que tudo pode ser contextuado, apalpado, experimentado, ainda que em ambiente virtual; elimina-se a tendência abstrata da escola que vende conteúdos sem contexto e em penca; as palavras e textos possuem significado inserido na vida dos jogadores, efetivado na dinâmica viva do jogo.

Gee reconhece que os jogos instilam ideologias, nem sempre aceitáveis (por exemplo, jogos de guerra). Na verdade, não é problema propriamente, porque é parte de qualquer jogo que tenha significado para a vida das pessoas (não faltam guerras em nossa sociedade). Problema é saber lidar crítica e autocriticamente com isso, em nome da construção da cidadania cooperativa. Assim como a escola não está fora das ideologias, também os jogos eletrônicos são também jogos ideológicos, com os quais precisamos saber conviver de maneira inteligente e autônoma. Por vezes, a escola esconde-se atrás de transmissão reproduzida de conteúdos, esperando que isto seja algo neutro, objetivo. Esta ingenuidade incompreensível em ambientes educacionais inteligentes desanda facilmente no que Gee chama de “fetiche do conteúdo” (2008:1033): entupir de modo compulsivo e prepotente o aluno de conteúdos abstratos, sem que os possa adequadamente digerir. Nos jogos, não se pode ir em frente sem entender claramente os passos e cenários. Na escola muitos alunos avançam sem saber, movidos pela progressão automática.

É sempre discutível se “bons” jogos eletrônicos produzem tantas maravilhas. Gee é um entusiasta nítido, embora não lhe faltem consistência teórica e crítica. O que importa é perceber que a escola está encontrando rivais de peso, cujo impacto não deveria ser alijar a escola da cena educacional, mas repensar de maneira tecnologicamente correta. Primeiro, as novas tecnologias não são descartáveis como instrumentações externas ou intermitentes. São parte da aprendizagem das habilidades do século xxi. Segundo, a escola precisa preparar-se adequadamente para este desafio, já que grande parte está fora da jogada. Esta preparação passa pela qualificação dos docentes, que são a alma desta mudança: o computador só se torna oportunidade de aprendizagem aprimorada se o professor tiver esta habilidade; não há nova tecnologia que substitua o professor. Terceiro, urge refazer a pedagogia, para termos disponíveis novos professores, tecnologicamente corretos, além de teorias da aprendizagem tecnologicamente corretas (Jones, 1999).




ARREMATANDO




Não cabem tecnofobia, nem tecnofilia. Cabe o “olhar do educador”, crítico e autocrítico. Web 2.0 é o atual modismo. Outros virão, naturalmente, em especial em educação, campo em que consistência teórica é, em geral, peregrina. Não pode o educador cavalgar modismos, mas propostas bem fundamentadas de aprendizagem. Leve-se ainda em conta que as inovações nesta direção não são propriamente puxadas pelos educadores, mas pelo mercado. Nem de longe a educação está a cavaleiro das novas tecnologias. É o contrário que ainda sucede: o educar corre atrás, competindo com as crianças que correm mais e melhor. Neste texto tentei mostrar que, mesmo mantendo acirrado espírito crítico, podem-se vislumbrar oportunidades primorosas de aprendizagens virtuaisl, em especial em plataformas do tipo web 2.0. Há sempre a vantagem de que motivam muito mais nossas crianças, já cansadas de escola e sobretudo de aula. O modelo instrucionista, centrado no professor, parece estar com os dias contados (Tapscott, 2009). Muitas crianças já fazem chacota disso (A Vision, 2009).

É urgente começar a tratar das aprendizagens virtuais com seriedade e sistematicidade, porque, além de agradar mais às crianças, vieram para ficar. O argumento maior, porém, é que, a par de inúmeras ambigüidades e problemas, comparecem oportunidades pertinentes que jamais deveria ser desperdiçadas pela escola. Não sendo esta mais lugar exclusivo da aprendizagem, precisa mexer-se. Sobretudo o professor precisa repensar-se. Ao contrário do que se diz, professor não corre risco de ser substituído pelas novas tecnologias, pela razão simples de que aprendizagem bem feita requer presença maiêutica (física e/ou virtual) do professor. Não, porém, para dar aula!




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[1] Exemplo: http://www.blogcatalog.com/blogs/reader-views/posts/tag/fiction+-+children/ Veja blog de um menino de quase nove anos (aberto em 21/04/2009): http://animaisehistoria.blogspot.com/

[2] Note o trocadilho: em si o termo seria “everywhere” (qualquer lugar); “everyware” aponta para “ware” que aparece em software e hardware.

[3] A lista de Mason & Rennie (2008:61) é: blogs, wikis, podcasts, e-portfolios, social networking, social bookmarking, photo sharing, second life, online forums, video messaging, e-books, instant messaging, Skype, games, mashups, mobile learning. RSS feeds, YouTube, audiographics. Veja também List of Social Network Sites (2008).

[4] Apenas como exemplo, entre mil outros: mantenho dois blogs: um tipicamente acadêmico (http://pedrodemo.sites.uol.com.br) e outro mais ameno (“reconstruindo”) voltado para textos e comentários menos exigentes (http://pedrodemo.blogspot.com).

Fonte: http://pedrodemo.sites.uol.com.br/textos/profpesq7.html
Postado por Robson Freire às 1:00 PM 0 comentários
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17/05/2009
6º Séminario Intermunicipal de Educação de Campos dos Goytacazes
Olá Amigos

Hoje retomamos as nossas atividades, após uma para obrigatória de ordem pessoal e profissional. Mas estamos fazendo um resumo do que foi esses dias fora. O pessoal do Distrito - DTE de Itaperuna, que é composto pelo NTE de Itaperuna e dos Pólos de Tecnologia - PTE, participaram do 6º Seminário Intermunicipal de Educação em Campos dos Goytacazes, com o título interessante "Vale nota Professor?".





A lista de palestrantes foi muito boa, com feras do quilate do José Carlos Libâneo, Pedro Demo, Celso Vasconcelos, Emília Cipriano, entre outros. A organização do evento a cargo da WTC RECURSOS HUMANOS do professor Wainer Teixeira de Castro, tudo estava maravilhosamente organizado, além do já tradicional atraso inicial que provocou um atraso no primeiro dia, coisa que não se repetiu depois.

O evento teve a seguir uma pontualidade britânica. Uma coisa que ficou a desejar foi não disponibilizar acesso sem fio ao pessoal que ia trabalhar no evento (assim como esse humilde editor) mas que o pessoal de apoio do evento teve a maior boa vontade em resolver. O meu muito obrigado a todos.

Tive acesso aos palestrantes para entrevista-los para o Portal Conexão Professor e pude entrevista-los em separado antes de suas apresentações. Algumas palestras foram além do esperado e outras bem abaixo. O José Carlos Libâneo foi bem abaixo dos seus textos, o Celso Vasconcelos e a Emília Cipriano foram muito bons mas o grande destaque do evento foi o Professor Pedro Demo.

O cara destruiu geral. Fez uma reflexão tipo "me culpa" entre os professores presentes sobre a nossa inercia profissional e contra um sistema ineficiente, obsoleto e ultrapassado de educação.

E uma referencia boa dessa palestra foi uma definição do jornalista Rodrigo Lara Mesquita em seu artigo no jornal Folha de São Paulo: "O sistema de educação com o qual convivemos nasceu e amadureceu em função da era industrial. Foi um salto em relação ao passado e foi útil para o amadurecimento desta era. Mas assim como a linha de produção, é segmentado, compartimentado e instrucionista. Contribui para anular a possibilidade da criança aprender a aprender, aprender a pensar e refletir na flor da idade do início de uma nova era da História da humanidade que exige o aprendizado contínuo e não a acumulação enciclopédica de dados. "

Exatamente isso que o Professor Pedro Demo falou e mais ainda sobre como o professor deve ser autoral. Deve ter o seu blog, interagir, estar preparado para usar as ferramentas de WEB 2.0, conectado. Filmei as entrevistas, as palestras e em breve as disponibilizaremos por aqui (via YouTube). Abaixo um artigo de como os jovens ensinam a usar o Twitter. Bem interessante.

Abraços

Equipe NTE Itaperuna
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Jovens explicam para que serve o Twitter
27/04/2009 - 07h43
TARSO ARAUJO
da Folha de S.Paulo

Quando o americano Jack Dorsey teve a ideia de criar o Twitter, seu objetivo era tão simples quanto sugere a questão "o que você está fazendo agora?".

A pergunta que ele queria fazer a seus amigos está até hoje no alto da página principal do site (twitter.com), para ser respondida pelos usuários em textos de até 140 caracteres. Mas dois anos, oito meses e milhões de usuários depois, as pessoas usam esses pequenos textos para muito mais do que falar da sua vida.

"Eu já usei o Twitter para prever o tempo", diz Vinícius Alves, 22, conhecido no site como @v_fox (a arroba é usada antes do "nick" para identificar os usuários). Estudante de administração, ele saía para a aula quando uma amiga que mora ao lado do campus, do outro lado da cidade, escreveu no Twitter: "Começou a chover".

Gabriel Lordêllo/Folha Imagem

Vinícius (à dir.), o @v_fox, e amigos em encontro marcado pelo Twitter; ele já usou o microblog para se precaver contra a chuva

Apesar do Sol, saiu de guarda-chuva. E não deu outra. "Cheguei lá e estava chovendo mesmo", diz. Fugir da chuva só foi possível graças a uma das principais características do Twitter: o imediatismo. É dessa comunicação em tempo real que depende também o que, provavelmente, é a principal utilidade do serviço.

"Ele é perfeito para quem gosta de saber tudo que acontece na mesma hora", diz Tessalia de Castro, 22, a @twittess, mulher mais popular do Twitter no Brasil.

Tudo agora

De fato, o primeiro grande momento do Twitter na mídia foi quando um avião caiu no rio Hudson, em Nova York. Um usuário que estava passando mandou de seu celular: "Tem um avião no Hudson". Nos primeiros minutos após o acidente, só sabia da notícia quem o seguia no Twitter.

A maior parte do que se escreve no Twitter, porém, não tem nada de emocionante. "Escrevo no meu Twitter como se fosse um diário. Sinceramente, acho ele meio inútil para quem me segue", diz Laís Ferreira, 16, a @singledout, que vê uma utilidade muita clara em estar lá.

"A maioria das bandas hoje em dia tem Twitter, então é legal para saber mais da vida delas", diz a estudante, que segue o The Used e o My Chemical Romance, entre outros artistas.

"O que leio no Twitter acaba virando assunto quando converso com meus amigos sobre as bandas", diz @singledout, que mora no Rio e conheceu @v_fox (que é de Vitória) por gostar das mesmas bandas.

Pois é, como em qualquer comunidade virtual --coisa que o Twitter também é-- distância geográfica é um pequeno detalhe. "Você faz contatos por afinidades", diz @twittess.

Mas até para conhecer pessoas no mundo real o Twitter funciona. "Combino com os amigos pelo Twitter e vou a um bar. Às vezes, vem gente que nem conhecemos. Quando percebemos, já tem gente nova na roda", diz @v_fox.

Como você nem sempre conhece quem o está seguindo, vale tomar cuidados, como fez a designer de internet Cris Rocha (@mjcoffeeholick), 30, que bloqueou seu perfil para evitar a bisbilhotice do chefe. Isso na época em que tinha emprego, porque, no ano passado, ela entrou no Twitter e passou a colocar links dos sites que criava. "Começaram a aparecer tantas propostas de trabalho que, ou continuava na empresa, ou ia trabalhar como free-lancer", diz. Acabou valendo a segunda opção.

Diga-me quem segues...

Para sua vida no Twitter servir para alguma coisa, é preciso saber escolher quem seguir. "No Orkut, a gente é amigo de quem é nosso amigo. No Twitter, uma pessoa pode te seguir sem que você a siga, e vice-versa", explica Raquel Camargo (@raquelcamargo), 22, blogueira do Twitter Brasil e gerente de social media numa empresa de comunicação.

"Se você acha que a pessoa não traz coisas interessantes, é só não segui-la. E tem mesmo muita gente que usa o Twitter como divã", diz.

Para ela, muitos não acham graça, no começo, porque têm a sensação de que estão falando sozinhos. Isso muda quando começam a seguir e a serem seguidos por pessoas que "twittam" sobre assuntos de que gostam. "Aí tudo começa a fazer sentido. Precisa de um tempinho para pegar o ritmo", diz.

Cuidado: pode viciar

E é aí que mora o perigo. Como a mensagem é curta, as pessoas podem "twittar" qualquer coisa que venha à cabeça. E o ritmo fica insano. "Realmente, acho que toma mais tempo da minha vida do que deveria", diz @twittess, que chega a "twittar" 30 vezes por dia, às vezes.

"Estou viciado. Vejo algo interessante na rua e já vou logo pegando o celular para twittar", diz @vfox.

O curioso é que o "interessante" pode ser tão variado quanto o gosto dos mais de 250 mil usuários brasileiros do serviço. E é por isso que a pergunta "para que serve o Twitter?" tem tantas respostas. "O Twitter em si não tem um propósito. Cada um dá o seu propósito a ele", diz @vfox. Então, tente descobrir o seu. E aprecie com moderação.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u556698.shtml


Postado por Robson Freire às 1:00 PM 1 comentários
Marcadores: alunos, educação, explicação, jovens, professor, proposta, twitter, usar, vício
12/05/2009
Você é um Professor Digital?
By profjc
Por José Carlos Antonio



Quando comecei a escrever sobre informática educacional, lá pelos idos de 1998, me lembro que meu primeiro artigo abordava a importância do uso dos computadores como ferramenta de ensino-aprendizagem. Nele, eu tentava mostrar que os computadores e a Internet poderiam ser ferramentas poderosas para pesquisa, aprendizagem, interatividade e autoria.

Na foto ao lado, o professor Suez confronta a velha “papeleta de notas” com a moderna planilha de notas eletrônicas em um projeto de informatização desenvolvido na EE Neuza Maria Nazatto de Carvalho.

De lá para cá muita coisa mudou no mundo da informática e dos computadores. Mas, no âmbito da escola, notamos um descompasso entre o ritmo da evolução tecnológica e o da evolução de nossos processos educacionais. O que, de certa forma, sabemos que não é novidade para ninguém: a escola implementa mudanças de uma forma mais lenta, ainda que, paradoxalmente, seja uma instituição que se propõe a ser um fator gerador de mudanças. É por isso que os professores devem considerar as oficinas de capacitação para o uso pedagógico dos computadores e da Internet como oportunidades valiosas de aprendizagem de novas metodologias e técnicas de ensino-aprendizagem.

Mas só isso não basta. É preciso mais. Já não basta perder o medo do computador. É preciso saber para que ele serve se pretendemos fazer bom uso da máquina. Professores que só usaram computadores para bater papo na Internet, jogar games ou, quando muito, digitar um texto mal formatado no Word, estão deixando de aproveitar a chance de serem verdadeiros “professores digitais”.

Na rede pública de ensino há ainda uma demanda enorme de computadores para equipar centenas de escolas que não dispõem de uma Sala de Informática funcional. Em outras tantas escolas os computadores já estão ultrapassados e não dão mais conta de rodarem sistemas operacionais modernos ou mesmo de lidar com a Internet midiática atual. É preciso suprir essas demandas. As máquinas mudaram, o mundo mudou, embora na maior parte das escolas os professores continuem quase os mesmos. Mas é preciso fazer também, e urgentemente, um “upgrade nos professores” e não apenas nas Salas de Informática. Precisamos de “professores digitais”.

Um professor digital é aquele que possui habilidades para fazer um bom uso do computadores para ele mesmo e, por extensão, é capaz de usá-lo de forma produtiva com seus alunos.

As “habilidades” que listarei a seguir podem ser discutíveis e em número limitado. Arrisco-me, no entanto, a afirmar que quantas mais forem as habilidades possuídas, mais perto se chegará do perfil de um professor digital. Vejamos>

Possuir um endereço de e-mail e utilizá-lo pelo menos duas vezes por semana (o ideal seria fazê-lo diariamente);
Possuir um blog, um site ou uma página atualizável na Internet onde regularmente se produz, socializa e se confronta seu conhecimento com outras pessoas;
Participar ativamente de um ou mais “grupos de discussão”, fórum ou comunidade virtual ligada à sua atividade educacional;
Possuir algum programa de troca de mensagens on-line, como o MSN, com, no mínimo, dois colegas de profissão em sua “lista de contatos” e usá-lo para fins profissionais pelo menos uma vez por semana, em média;
Assinar algum periódico on-line (mesmo que gratuito) sobre notícias e novidades relacionadas à educação ou à sua disciplina específica, e lê-lo regularmente;
Preparar rotineiramente provas, resumos, tabelas, roteiros e materiais didáticos diversos usando um processador de textos (como o Word, por exemplo), uma planilha eletrônica (como o Excel) ou um programa de apresentações multimídia (como o PowerPoint);
Fazer pesquisa na Internet regularmente com vistas à preparação de suas aulas (no mínimo) e, preferencialmente, manter um banco de dados de sites úteis para sua disciplina e para a educação em geral. Melhor ainda seria compartilhar esse banco de dados com colegas e alunos;
Preparar pelo menos uma aula por bimestre sobre um tema de sua disciplina onde os alunos usarão os computadores e a Sala de Informática de forma produtiva e não apenas para “matar o tempo”;
Manter contato com o computador por, pelo menos, uma hora diária, em média;
Manter-se atento para as novas possibilidades de uso pedagógico das novas tecnologias que surgem continuamente e tentar implementar novas metodologias em suas aulas.
Note que na lista acima não foi incluída em nenhum item a necessidade de se “possuir um computador”, porque de fato não é preciso possuir algum para ser um professor digital, ou mesmo para incluir-se digitalmente. No entanto, muitos professores que conheço possuem computadores e acesso à Internet, mas não chegam a ter nem três das dez habilidades listadas acima.

As habilidades acima envolvem o “fazer”, o agir, a inclusão efetiva do professor no mundo digital. Nenhuma oficina de capacitação ou curso de computação, por si só, traz nenhuma das habilidades acima, pois todas elas demandam o “uso regular do computador e da Internet”.

Aproveite e faça você mesmo o teste para medir o quanto você se enquadra no perfil do professor digital. Some um ponto para cada item dessa lista que se aplicar a você. Caso você some mais que cinco pontos, já pode se considerar como parte da vanguarda dos professores digitais.

Fonte: http://professordigital.wordpress.com/2008/06/30/voce-e-um-professor-digital/

Postado por Robson Freire às 1:50 PM 2 comentários
Marcadores: competências, computador, habilidade, inclusão digital, metodologia, novas, planejamento, professor, TIC
11/05/2009
As Habilidades de Ensino
Profa. Dra. Sílvia Pereira Doutora em Ciência da Educação

A atitude do educador em sala de aula é decisiva para a conquista da confiança dos alunos e para o fluxo tranqüilo das atividades desenvolvidas.

O que significa aprendizagem e ensino? Durante anos, as investigações sobre aprendizagem dominaram o cenário das pesquisas. Os estudos sobre as questões de ensino não tiveram o mesmo tratamento. Hoje, se faz necessário investigar com mais rigor o ato de ensinar. Através de situações reais de sala de aula, poderemos compreender melhor como se dá o fenômeno da aprendizagem.

A aprendizagem é um ato cognitivo fundamental ao qual podemos chegar por inferência e que não podemos observar no lócus onde ela se realiza. Psicólogos cognitivos e interacionistas, como Piaget, Bruner, Ausubel e Vygotsky, mostraram que muitos fatores contribuem para que a aprendizagem ocorra e devem ser levados em consideração pelos educadores, como, por exemplo, a quantidade e a qualidade do conhecimento acumulado que constituem a estrutura cognitiva do ser que aprende; o conteúdo que vai ser ensinado e a forma como ele está organizado; as maneiras como ele será disponibilizado para o aluno; as interações que o indivíduo manteve e mantém na vida.

Para ser um bom professor ou um instrutor de programas de treinamento, não basta dominar um determinado conteúdo. É preciso saber como transmiti-lo. Para isso, chamo a atenção para um dos fatores mais importantes, que é conhecer a estrutura cognitiva dos seus alunos. A estrutura cognitiva é o conjunto de imagens, conceitos, princípios e proposições que cada ser humano possui e a forma como esse conjunto está organizado. Dessa forma, indivíduos que vivem numa mesma cultura possuem, na sua estrutura cognitiva, aspectos comuns a outras pessoas e também aspectos profundamente pessoais. Algumas perguntas devem estar na mente de quem se aventura a ensinar, tendo em vista o conteúdo que quer transmitir e quais os conceitos que já estão disponíveis na mente dos alunos. Que conceitos eles precisam saber para que se possa ensinar esse determinado conteúdo com sucesso? Que relações entre conceitos podem ser estabelecidas de modo a facilitar a aprendizagem? Quem se dispõe a ser um educador deve estar convencido de que o ato de ensinar exige certos cuidados sem os quais não se atingirá o objetivo maior do ensino, que é a aprendizagem.

Anna Maria Carvalho identifica as principais habilidades de ensino, que nada mais são do que os conjuntos de comportamentos do professor, quando este está face a face com seus alunos, possíveis de serem definidos, observados e quantificados. Dentre as muitas habilidades de ensino definidas por vários autores, selecionamos cinco — as habilidades de introdução, de variação, de questionamento, de reforço e de ilustrar com exemplos — , que, a nosso ver, são as mais importantes quando o foco central do curso de formação de professores é aumentar a interação professor– aluno em sala de aula.

Anna Maria ainda destaca, além dessas cinco habilidades, conhecidas e definidas em todos os livros de microensino, uma outra habilidade que, a nosso ver, é essencial para que as demais tenham sentido — a de olhar para o aluno.

1 Habilidade de Olhar para os Alunos

Observamos que um dos comportamentos que aparece com uma freqüência muito aquém da esperada é o de olhar para a classe, olhar para os alunos. O professor, no início de sua carreira, fica tão preso ao conteúdo da aula, ao quadro ou ao material didático que preparou que acaba dando uma aula para ele mesmo, e não para seus alunos. É comum o professor desabafar nas conversas após o término da aula, já na sala dos professores: “Estava tão nervoso que não consegui ver ninguém”.

O ver o aluno, o distinguir quem está entendendo daquele que está em dúvida e, principalmente, o olhar para aquele aluno que quer falar, quer perguntar, mas não está com coragem, são comportamentos primordiais na formação de um bom professor.

Durante a elaboração de uma pergunta ou de uma explicação, é necessário retirar da fisionomia dos alunos a certeza de que eles entenderam o que se está perguntando ou explicando. Quantas vezes não existe resposta por parte dos alunos, não porque estes não saibam o assunto, mas porque não entenderam a pergunta e o professor não conseguiu perceber esse fato? E de que adianta o professor saber fazer perguntas claras e bem-feitas se não der oportunidade a alguém de respondê-las? O incentivar a classe com um olhar, procurando quem possa ou quem queira responder a pergunta feita, é um comportamento totalmente diferente, em termos de participação, de um olhar vago ou fixo em um ponto à espera da resposta de um aluno qualquer.

Quando o professor responde a um aluno em particular, o seu olhar deve abranger toda a classe, pois é importante ver se os outros alunos estão entendendo e interessados no debate. Esse feedback é essencial, pois o professor necessita saber se continua ou se precisa cortar esse diálogo.

Sem dúvida alguma, o comportamento de não olhar para os alunos é o mais inibidor numa sala de aula, por isso mesmo o treino dessa habilidade deve ser feito com carinho e com capricho, com todos os alunos.

2 Habilidade de Introdução

A habilidade de introdução correlaciona-se com a maneira como um professor inicia sua aula ou mesmo uma unidade dentro da aula.

No início da unidade de ensino, é tarefa do professor ganhar a atenção dos alunos e motivá-los para o conteúdo que ele pretende ensinar. É preciso também que o professor estruture, de maneira clara, as tarefas necessárias para o desenvolvimento do trabalho, bem como relacione o que vai ser apresentado com o que o aluno já sabe. Grande parte do sucesso de uma aula advém do uso correto da habilidade de introduzir o tema que será ensinado aos alunos.

Segundo Trott e Strongman (1979), essa habilidade pode ser subdividida em quatro componentes, todos de “vital importância em estabelecer a harmonia necessária no início de cada episódio de ensino”. São eles:

- Ganhar atenção: o professor usa voz, gestos e contatos visuais; utiliza recursos audiovisuais; muda o padrão de interação professor–aluno.

- Motivar: o professor conta uma história, introduz um elemento-surpresa, mostra um fenômeno concreto; principalmente, tem, em relação ao conteúdo apresentado, uma atitude entusiasmada, pois o que mais desmotiva uma aula é a falta de interesse do próprio professor para com o assunto que ele está ensinando.

- Relacionar: o professor dá e pede exemplos relacionados com a vida diária dos alunos; relaciona o conteúdo que está sendo apresentado com a aula anterior (ou com conteúdos já vistos pelos alunos); faz uma pequena revisão da aula anterior antes de estruturar a presente aula; compara, contrasta com coisas que os alunos já sabem.

- Estruturar: o professor limita, de maneira clara, a tarefa que os alunos deverão fazer; fala sobre os objetivos a que a tarefa se propõe, sugere ou faz uma série de perguntas induzindo os procedimentos de como executar a tarefa.

3 Habilidade de Variação

A habilidade de variação está relacionada com a capacidade do professor de variar os estímulos oferecidos aos alunos durante a apresentação de um conteúdo. Ela se baseia no fato de que a atenção dos alunos é mais intensa e se mantém durante mais tempo quando existe uma variação de estímulos. Além disso, essa habilidade está relacionada com o fato de ser o professor o grande “ator” dentro de uma sala de aula, e, por isso, ele precisa estar consciente da utilização de sua própria pessoa como uma fonte de variação e estímulo. Essa conscientização é necessária, não para limitar a sua atuação, mas, ao contrário, para libertá-lo, para que pense sobre os seus comportamentos e a potencialidade pessoal que pode ser aproveitada, respeitando, é claro, o estilo individual que cada professor tem ao dar uma aula.

Para podermos analisar melhor essa habilidade, vamos subdividi-la em três componentes: a participação do professor, o estilo de interação professor–aluno e a pausa.

Participação do professor

O professor deve jogar com vários fatores pessoais para que sua aula não se torne monótona. Entre esses fatores, podemos citar:

- Movimentos: um simples componente dessa habilidade é o professor se movimentar pela classe. O fato de ir até as carteiras dos alunos ou passear entre as fileiras pode tornar os alunos mais atentos à lição. Entretanto, deve-se tomar cuidado para não distrair os alunos em vez de fazê-los prestarem mais atenção.

- Gestos: os gestos de cabeça e corpo tornam a apresentação de um professor mais expressiva. Muitas vezes, a gesticulação do professor não só é desejável, como também necessária, por exemplo, quando precisa chamar a atenção para um determinado ponto de um esquema, de uma fórmula, de um aparelho. A combinação de voz e gestos nesses casos é imprescindível para os alunos acompanharem a explicação.

- Variação no padrão da exposição: o professor varia a velocidade e o volume da voz. Varia também a maneira de falar, principalmente introduzindo perguntas.

Estilo de interação professor–aluno

Um fator muito importante para dinamizar uma exposição é a introdução da participação do aluno. A variação no estilo de participação dos alunos numa aula, assim como a própria participação do aluno, promove um maior interesse deste pelas aulas. Essa interação professor–aluno pode ser induzida de três diferentes maneiras:

- O professor faz perguntas para a classe de maneira geral, podendo a pergunta ser respondida por qualquer um dos alunos.

- O professor faz a pergunta dirigindo-se de antemão para um determinado aluno.

- O professor pode estimular a interação aluno–aluno.

Pausa

A pausa é uma figura muito usada, não só por conferencistas, como por atores, para aumentar a atenção de quem ouve. A pausa deve ser estimulada no treinamento dos professores, pois ela:

- Separa blocos de informações dentro de um conteúdo estruturado.

- Capta atenção, promovendo uma mudança nos estímulos apresentados e, conseqüentemente, uma maior atenção por parte dos alunos.

- Causa tensão, o que acarreta uma busca de solução, pelos alunos, para aliviar a tensão.

A partir disso, é importante que o professor saiba dosar as pausas, não ficando aflito, “correndo” sem parar para cobrir todo o tempo da aula. A pausa também ensina.

No treino dessa habilidade de variação dos estímulos, o professor precisa tomar alguns cuidados, tendo em vista que, procurando a atenção dos alunos, ele pode distraí-los. Para observar esse fato, o professor deve prestar muita atenção nos seus alunos. Estes são os melhores feedbacks de sua atuação em classe.

4 Habilidade de Questionar

A habilidade de formular perguntas é, talvez, a mais complexa das habilidades desenvolvidas pelo professor em sala de aula e, sem dúvida alguma, a mais difícil de ser treinada.

Existem evidências (KRASILCHIK, 1980) de que o professor não faz, nem em número nem em nível, as perguntas necessárias para promover o desenvolvimento dos processos mentais dos alunos. Se levarmos em conta que a quase totalidade das aulas em nossas escolas é expositiva e que a principal “atividade mental” dos alunos nessas aulas é responder perguntas, e lembrando que a aprendizagem é função da atividade do aluno, vemos a importância fundamental de treinar o futuro professor nessa habilidade.

Além de promover o desenvolvimento intelectual dos alunos, o questionamento proporciona ao professor o feedback necessário para se certificar se eles estão acompanhando-o no desenvolvimento da matéria ensinada. Sem esse perguntar e responder, é bem possível, mesmo freqüente, que o professor chegue ao fim da aula sozinho, ou com um número muito pequeno de alunos acompanhando-o; o restante da classe foi ficando para trás em diversos instantes, em diversas etapas. A esses alunos, resta muito pouco a fazer em classe, além da indisciplina.

Para facilitar o treino na habilidade de questionar, vamos estudá-la sob dois pontos de vista: quanto à utilização dada pelo professor e quanto ao nível de complexidade.

Em relação à utilização dada pelo professor, podemos classificar as perguntas em:

- Perguntas esclarecedoras: são as que têm por objetivo avaliar a eficiência do ensino levando o aluno a reformular aquilo que está aprendendo. Estão também nessa categoria as perguntas sobre assuntos já tratados, mas relacionados com o atual. O objetivo fundamental das perguntas esclarecedoras é proporcionar feedback ao professor.

- Perguntas estimuladoras: são as elaboradas visando levar o aluno a uma descoberta, a um determinado fim. Estimulam o pensamento criativo dos alunos, envolvendo-os em situações problemáticas. Na maioria das vezes, são elaboradas em seqüência, de tal forma que as respostas dos alunos à primeira provocam a pergunta seguinte e assim sucessivamente, até o professor chegar a um ponto predeterminado. Os exemplos mais felizes dessa seqüência de perguntas estimuladoras encontram-se no livro Convite ao Reacionário, de Schwab (1972).

- Perguntas sem sentido: são as que não levam a parte alguma (infelizmente, as mais comuns). São geralmente feitas pelo professor no início ou no fim de um assunto e nunca obtêm resposta dos alunos; ao contrário, os inibem. Exemplos típicos de perguntas sem sentido: Vocês entenderam o que acabei de explicar? Quem tem dúvidas? Quem não entendeu? Vocês lembram como expliquei na aula passada?

A dificuldade no treinar o estagiário é fazer com que ele transforme todas as perguntas sem sentido em perguntas esclarecedoras.

Em relação ao nível de complexidade, o mais freqüente é classificá-las de acordo com os níveis apresentados por Bloom (1973). Assim, temos questões de:

- Recordação: o professor faz perguntas que exigem apenas a lembrança do material já estudado.

- Compreensão: o professor faz perguntas que testam o entendimento dos alunos.

- Aplicação: o objetivo dessas questões é dar a oportunidade aos alunos de fazerem uso dos conhecimentos já adquiridos em novas situações.

- Análise: são perguntas que requerem que os alunos façam deduções, organizem e exprimam seus pensamentos, examinem e interpretem evidências, etc.

- Síntese: são questões que envolvem o aluno em atividades criativas.

- Avaliação: o professor faz perguntas que requerem de seus alunos um julgamento e as razões que suportam esse julgamento.

A principal dificuldade na análise dessa habilidade é que quase 100% das perguntas feitas pelos estagiários (e esse número reflete também os professores nas escolas) são de recordação. O problema no treino é a elevação do nível de complexidade das perguntas. Depois da constatação, vendo e medindo através do videoteipe o nível das questões feitas, uma proposta é dada ao estagiário (ou à classe para ser discutida em conjunto): como transformar as mesmas questões de recordação em questões de compreensão? Ou de aplicação?

5 Habilidade de Reforço

A habilidade de reforçar os alunos durante o decorrer de uma aula é a que, teoricamente, oferece menos resistência por parte dos professores em geral, mas nem por isso, quando percorremos as escolas, encontramos em sala de aula professores que elogiem seus alunos com alguma freqüência.

Todas as teorias de aprendizagem, de Skinner a Piaget, mostram que o elogiar e o aceitar as idéias dos alunos fazem com que estes participem mais no trabalho em classe. Inúmeras pesquisas empíricas chegaram também a esse mesmo resultado: o comportamento do professor em aceitar as idéias dos alunos é um dos fatores do crescimento cognitivo desses mesmos alunos (BROPHY, 1979, 1981; e FLANDERS, 1967). Entretanto, o que encontramos com uma freqüência assustadora nas escolas é o reforço negativo, isto é, a crítica direta aos alunos ou a rejeição de suas idéias, seja através de palavras, seja — mais disfarçadamente, mas nem por isso menos percebida — por meio de gestos ou caretas.

Vamos subdividir a habilidade de reforçar em reforço positivo — comportamentos do professor: (1) elogiar seus alunos quer verbalmente, quer por meio de gestos e acenos de cabeça; e (2) aceitar as idéias dos alunos, repetindo-as com suas palavras para a classe, por exemplo, “O que o José quis dizer é... , e está perfeitamente correto”, ou escrevendo-as no quadro — e reforço negativo, pelo qual entendemos toda a crítica aos alunos, quer aos seus comportamentos em aula, quer à sua participação intelectual.

O treinamento dessa habilidade deve ser feito em duas etapas: fazer com que os professores passem a elogiar e aceitar as idéias dos alunos e também que deixem de criticá-Ios.

A primeira fase é fácil. Basta que o professor assista pelo videoteipe à sua aula e conte quantas vezes poderia dizer “Ótimo”, “Muito bem”, “Você está certo”, etc. Assistindo à sua segunda microaula, quando ele propositadamente elogiou os alunos, e observando agora a expressão alegre destes ao serem elogiados ou ao verem aceitas suas idéias, essa impressão se torna muito forte e faz com que os elogios e as aceitações das idéias apareçam normalmente nas outras aulas.

A segunda fase é mais difícil, pois, se um aluno fala alguma coisa errada, instintivamente o professor diz: “Não, isto está errado”, e, quando vamos discutir esse comportamento, ele sinceramente acha que estava certo — como professor, seu dever é ensinar o que é certo e o que é errado.

Fazer o professor entender que pode ensinar o certo sem precisar agredir e que ele pode e deve utilizar o conflito de idéias para tirar as dúvidas, não sobrepondo a “[...] certeza do professor às idéias que nascem nos alunos”, é uma tarefa difícil. É difícil mesmo fazer com que o professor preste mais atenção ao aluno que erra do que àquele que acerta. O que acerta merece um elogio, mas o que erra merece atenção, uma procura de onde ele raciocinou errado, uma busca para trazê-lo ao mesmo nível dos outros.

Um aluno realmente aprende quando tem condições de discutir suas idéias, de compará-Ias com outras, isto é, de “agir intelectualmente” sem precisar acertar o que o professor fala.

É importantíssimo fazer com que o professor sinta que a resposta “Não” não ensina nada e que perguntas como: “Por que você pensou assim?”, “Não entendi seu raciocínio, explique para nós”, “Talvez você esteja certo, mas eu não entendi bem o que você quis dizer” podem levar a um entendimento muito melhor da matéria pelo aluno e do aluno pelo professor.

6 Habilidade de Ilustrar com Exemplos

Essa é uma habilidade que o professor necessita apenas sistematizar, pois o problema de exemplificar uma regra ou um conceito ou uma lei é natural em quase todos os estagiários que vão dar aulas, pois todos nós sabemos que, relacionando o que queremos ensinar com o dia-a-dia dos alunos, estes prestam mais atenção, entendem melhor nossas idéias e, conseqüentemente, têm uma aprendizagem mais eficiente.

O importante no treinamento dessa habilidade é relacioná-Ia com a habilidade de fazer perguntas, pois os exemplos não devem ser dados só pelo professor, mas também pelos alunos. Lembramos que um bom método de verificar se eles entenderam o que explicamos é ver se são capazes de exemplificar as idéias apresentadas.

Essa habilidade, então, deve ser entendida nos dois sentidos: o professor exemplifica para os alunos, que, por sua vez, são capazes também de exemplificar para ele (ou para a classe). Podemos notar que essa habilidade está muito interligada à habilidade de proporcionar feedback.

Tradicionalmente, o exemplificar em sala de aula tem dois enfoques básicos:

O dedutivo, quando:

- Introduz-se um conceito (lei, princípio, etc.).

- Exemplifica-se ou pedem-se exemplos para os alunos com a finalidade de esclarecer, tornar fáceis as idéias mais complexas e verificar o entendimento dos alunos.

- Retoma-se o conceito explicado, deixando clara a conexão deste com os exemplos dados.

O intuitivo, quando:

- Parte-se dos exemplos (eventos, fatos, acontecimentos do dia-a-dia, experiências de demonstração, etc.).

- Tiram-se inferências, conclusões, a partir dos exemplos, sistematizando conceitos, leis ou princípios.

- Pede-se aos alunos mais exemplos para verificar se eles entenderam os conceitos.

Não há pesquisas suficientes que mostrem que um enfoque produz uma melhor aprendizagem do que outro. As variáveis individuais de cada professor e a dificuldade do próprio conteúdo é que vão determinar a escolha do enfoque dedutivo ou do indutivo. O importante é que os exemplos facilitem o entendimento dos conceitos pelos alunos e que o professor torne sempre clara a conexão exemplo–idéia.

Transcrição do texto As Habilidades de Ensino (CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Prática de Ensino: os Estagiários na Formação do Professor. São Paulo: Pioneira,
1989. p. 49–60).

Sobre a autora: Sílvia Pereira é professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE/Educação.

Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1330

Postado por Robson Freire às 12:01 AM 2 comentários
Marcadores: aprendizagem, enfoque, ensino, habilidade, pedagogia, planejamento, plano de aula
10/05/2009
Saiba como fazer da tecnologia uma aliada do professor em sala
Amanda Polato
Especial para o UOL Educação

É um clichê do século 21: o professor tem de trazer a tecnologia para a sala de aula. Mas como - e quando - fazer isso? A doutora em educação Maria Elizabeth de Almeida, da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), procurou exemplos nas escolas do país e constatou: as novas ferramentas são, de modo geral, mal utilizadas em sala de aula.

"É preciso se perguntar por que usar a tecnologia, o que não se conseguiria atingir sem elas", diz Almeida. Isso quer dizer que não adianta fazer uma apresentação de slides e ler as páginas em voz alta - seria o mesmo que fazer um cartaz.

Adriano Canabarro Teixeira, professor da UPF (Universidade de Passo Fundo), dá sugestões de usos mais "criativos": é possível criar programas de rádio e de vídeo, por exemplo.

Ou ainda, "com programas simples de apresentação de slides dá para fazer exercícios interativos com as crianças".

Quem tem pouco domínio das ferramentas pode fazer parcerias com os alunos. "Não dá para competir com as crianças. Elas dominam a tecnologia muito melhor que os professores. A saída é abrir espaço para que contribuam", recomenda Teixeira.

Para evitar o "uso pelo uso", o pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) Adilson Citelli recomenda usar o computador para ensinar conteúdos do currículo escolar.

Teixeira exemplifica: para discutir um conceito, os alunos podem fazer jornais, blogs, programas de rádios, entre outros, explorando diferentes recursos.

"Há a expansão da escola para além de seus muros, trazendo o que acontece no mundo para o interior da escola e levando a escola para o mundo", lembra Almeida, da PUC-SP. Ela opina que, assim, é possível integrar o currículo escolar com os acontecimentos atuais, os problemas do cotidiano e a cibercultura para produzir um conhecimento que leve à compreensão do mundo, dos fatos, da ciência e dos instrumentos culturais e linguagens da sociedade contemporânea.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/01/26/volta_aulas_professor_tecnologia_sala.jhtm

Postado por Robson Freire às 12:22 AM 1 comentários
Marcadores: debate, discussão, educação, escola, internet, planejamento, plano de aula, professor, r, sala de aula, tecnologias
08/05/2009
Quebra Tudo
Olá Amigos

Uma discussão iniciada na lista de discussão edublogosfera sobre a reportagem "MEC pretende acabar com a divisão por disciplinas no ensino médio público em 2010" gerou um debate bem legal acerca do tema.





Para quem não leu sobre o assunto aqui vai um pequeno resumo: "um projeto apresentado ao Conselho Nacional de Educação (CNE) pretende mudar a organização curricular do ensino médio público do país. A partir das orientações que vão constar nesse projeto, cada rede de ensino vai definir o seu modelo de currículo e organização das escolas. Além da possibilidade de o aluno escolher as disciplinas complementares às básicas, está previsto que o atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido em eixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outra mudança é o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticas para complementar o aprendizado. O projeto, que está sendo chamado de "ensino médio inovador", pode começar a funcionar já em 2010. A mudança vale só para o ensino público. "

No texto há uma citação assim"- A escola deixa de ser um auditório da informação e passa a ser um laboratório de aprendizagem" numa colocação feita pelo conselheiro Francisco Aparecido Cordão, relator do projeto no CNE. Para ele, o atual modelo curricular aprisiona as escolas.

O projeto do MEC sugere ainda que programas de incentivo à leitura estejam previstos na nova organização pedagógica. Outra orientação é valorizar as atividades artísticas e culturais dentro do currículo. Ai eu me lembrei dos vídeos do Sir Ken Robinson que a Suzana Gutierrez indicou sobre criatividade intitulada "A escola mata a criatividade? " onde ele coloca por que não ensinar dança na mesma proporção de matemática ou português.

Ensinar o professorado "das antigas" a saltar de Bumping Jumping (pois vai ser assim que eles vão se sentir) vai ser difícil, mas que essa transformação vai gerar muita confusão e vai encontrar muita resistência, ah meus amigos não duvidem, mas na minha humilde opinião esse é o único caminho para a redenção do ensino médio. Aqui tem uma reportagem intitulada "Mudança no ensino médio é elogiada, porém proposta deve ser aperfeiçoada, dizem especialistas" onde vários especialistas elogiam a proposta mas apenas acham que ela precisa de ajustes

Espero ver os frutos dessa ruptura num prazo curto de tempo. E você ta esperando oque sobre essa mudança ou pensando sobre isso tudo?

Faz então assim: Comente.

Abraços

Equipe NTE Itaperuna
Postado por Robson Freire às 1:01 PM 2 comentários
Marcadores: alunos, debate, disciplina, ensino, MEC, mudança, médio, plano de aula, professores, reforma, sala de aula
07/05/2009
Professor, você utiliza ou gostaria de utilizar a internet em sala de aula?
Professor, você se sente à vontade para usar a internet na sala de aula? As novas tecnologias facilitam ou prejudicam o aprendizado da turma? “Um projeto de mudança curricular